Escrito por: Redação CUT

Aceita que dói menos: eleitores bolsonaristas dizem que derrota deve ser aceita

De acordo com levantamento Genial/Quaest, 68% dos bolsonaristas responderam que Jair Bolsonaro deve aceitar o resultado das urnas

Reprodução/Site da Elo7

A cada pesquisa de intenções de voto reafirmando a liderança folgada do ex-presidente Lula na corrida pela presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ataca mais ferozmente as urnas eletrônicas e insinua que não vai aceitar o resultado das eleições deste ano, ou seja, que quer dar um golpe na democracia. Mas, a maioria dos eleitores do presidente acham que ele deve aceitar a derrota que, segundo as pesquisas, será inevitável.

Aceita que dói menos

68% dos bolsonaristas responderam aos pesquisadores da Genial/Quaest que Bolsonaro deve "aceitar a derrota". A pesquisa, feita entre 5 e 8 de maio, e divulgada nesta quarta-feira (11), mostra o ex-presidente Lula com 46% das intenções de voto contra 29% de Bolsonaro.

Entre eleitores que afirmaram que vão votar em Lula (PT), sobre para 92% o percentual dos que acham que Bolsonaro deve aceitar a derrota.

E entre os que responderam que não querem ver "nem Bolsonaro, nem Lula" eleitos, 93% querem que o atual presidente aceite eventual fracasso nas urnas, diz a colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a colunista, entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, o percentual chega a 91%. Já entre os que têm mais de 60 anos, ele cai para 78%.

No conjunto do eleitorado, 85% acreditam que Bolsonaro deve "aceitar a derrota".

Bolsonaro mantém os ataques

Nesta quarta-feira (11), enquanto Lula dizia em Minas Gerais que ‘o povo brasileiro vai dar um golpe no autoritarismo de Bolsonaro', o presidente fazia novas ameaças à democracia no Paraná.

Durante visita à Expoingá, no Parque de Exposições de Maringá (460 km de Curitiba), Bolsonaro votou a atacar o sistema eleitoral brasileiro repetindo a frase de respeito as quatro linhas da Constituição.

"Nós não tememos resultados de eleições limpas. Nós queremos eleições transparentes, com a grande maioria, ou diria a totalidade do seu povo", disse o presidente que, nas últimas semanas tem subido ainda mais o tom, as insinuações golpistas e ataques às urnas eletrônicas.

Na semana passada, ele sugeriu que os resultados de uma auditoria privada a ser realizada por uma empresa contratada por seu partido, o PL, podem complicar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se for constatado que é "impossível auditar o processo".