Escrito por: Rosely Rocha
Neste ano, 26 novos sindicatos se filiaram à CUT e outros ainda estão em fase de adesão. Para Graça Costa, novas filiações comprovam que em momentos de ataques, trabalhadores entendem necessidade dos sindicatos
Os ataques do governo de Jair Bolsonaro aos sindicatos e centrais sindicais com propostas que limitam o poder das entidades em defender seus filiados contra desmandos dos patrões, bem como as tentativas de asfixiar suas finanças estão sendo revertidos com uma maior conscientização da classe trabalhadora que entende que perder direitos não significa crescimento econômico, nem a geração de empregos decentes.
Somente neste ano 26 novos sindicatos, espalhados por todas as Regiões do país, se filiaram à CUT e outros, que tiveram eleições recentes vencidas pelas chapas da Central, estão em fase de oficializar a adesão.
Para a secretária de Organização e Política Sindical da CUT, Graça Costa, este número de novos filiados demonstra que a aposta do governo Bolsonaro em prejudicar a CUT não se mantém.
“Ao contrário do que quer o governo, nós consolidamos a nossa representação junto à classe trabalhadora, que entende que num momento de crise, de ataques aos direitos nunca se precisou tanto de sindicatos. E a CUT como maior Central do país, com quase 4 mil sindicatos filiados, tem tido a responsabilidade de enfrentar esses desafios. Essas novas filiações demonstram que estamos no caminho certo”.
"A CUT é a preferida dos sindicatos para dar continuidade à luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora", diz Graça Costa.
A dirigente reforça ainda que na atual conjuntura econômica e de perdas de direitos, a Central vai ampliar a organização e conscientização da classe trabalhadora.
Novos filiados e releição
O Sindicato dos Vigilantes de Barueri, na grande São Paulo, fundado em 1998, é um dos filiados recentes à CUT. Foi há pouco mais de um ano, durante o governo do golpista Michel Temer (MDB-SP), que o sindicato, com 2 mil associados, e que representa 6 mil trabalhadores de segurança privada, se filiou à Central Única dos Trabalhadores.
O presidente Amaro Pereira da Silva Filho, reeleito em 2018 para o terceiro mandato que vai até 2013, conta que o sindicato era filiado à outra central, mas que encontrou na CUT a defesa que precisava para a categoria, principalmente, na época da reforma Trabalhista.
“Sem sombra de dúvida um dos melhores acertos que fizemos foi nos filiar à CUT porque entendemos que a nossa categoria precisava definir seu papel e de que lado está”, diz
A CUT representa a defesa dos interesses dos trabalhadores. Estamos muito satisfeitos por ter tomado esta decisão- Amaro Pereira da Silva Filho
CUT mantém presidência do Sindicato dos Portuários do RJ
O Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro (STSPPERJ) nasceu em 1982 e seis meses após a fundação da CUT (1983), o sindicato se tornou um filiado. E nesses 36 anos, a CUT nunca perdeu uma eleição, mesmo concorrendo com outras chapas.
No último pleito, em 29 de novembro, Sérgio Magalhães Giannetto foi reeleito para um quinto mandato com 70% dos votos da categoria. Segundo o dirigente, esta vitória tem um significado muito grande diante das perdas dos direitos trabalhistas e da crise econômica que o país atravessa.
“Sou visto como um candidato que representa a esquerda e, as críticas da oposição eram neste sentido e que representávamos o continuísmo. Mas conseguimos demonstrar aos nossos associados que sempre defendemos a classe trabalhadora. E ainda que mais do que nunca é preciso unidade para vencer os desmandos do governo Bolsonaro”, afirma Giannetto, esperançoso de que os próximos anos serão de fortalecimento da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, em defesa dos portos públicos, do Instituto de Seguridade Social Portus e da democracia.