Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT

Advogada de Coletivo que defende a democracia é ameaçada de morte

Integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia diz que o mesmo grupo que organizou ataques à Caravana de Lula a ameaçou de morte

Reprodução

O Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) vai aditar a notícia crime oferecida ao Ministério Público (MP) nesta semana contra o grupo que organizou e comemorou, via whatsapp, os ataques à caravana do ex-presidente Lula pelo região Sul do País. O objetivo é incluir mais uma denúncia: a ameaça de morte a uma das advogadas do Coletivo. A entrega da representação ao MP será na próxima segunda-feira (2).

Segundo a advogada, o grupo que promoveu os ataques, em conversas pelas redes sociais, diz que, como ela “apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo”, querem identificá-la. 

“Nas conversas eles dizem que ‘querem me encontrar, para me abraçar’, numa clara evidência de ameaça de morte”, relata a advogada, esclarecendo que o termo “merece um abraço” significa, na verdade, uma ameaça à vida.

Reprodução whatsapp

A advogada explica que na reportagem veiculada na TV sobre a entrega da notícia crime ao MP aparece a imagem dela e de outro advogado do Coletivo. "Porém, as ameaças são direcionadas somente a mim”, diz.

“Chama a atenção que esse grupo prossiga fazendo ameaças. É inadmissível que num estado democrático pessoas possam fazer esse tipo de ameaças, de atos preparatórios para o cometimento de um atentado e ficarem impunes”, desabafa.

Segundo ela, os ataques são feitos por grupos de extrema direita que praticam atos fascistas e que são capazes de tudo. “Tem gente, entre eles, fortemente armada”.

Reprodução whatsappFascistas comemoram ataques à caravana de Lula pelo sul após reportagem na TV

“Esse grupo nem sabe que somos um Coletivo de advogadas e advogados e que não entrei com a representação sozinha”, esclarece.

O Coletivo, segundo a advogada, vai pedir as providências cabíveis ao caso porque o advogado é apenas um representante que deve ser respeitado como tal, dentro de suas prerrogativas, sem que se isso seja confundido. “Não permitiremos que isso aconteça sem tomarmos as medidas legais”, finaliza.