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Aéreas travam negociação e pilotos e comissários iniciam greve na segunda (29)

Paralisação é contra a intransigência das companhias aéreas nas negociações da renovação da Convenção Coletiva. Trabalhadores estão sem reajuste há 2 anos

Publicado: 25 Novembro, 2021 - 11h11 | Última modificação: 25 Novembro, 2021 - 11h19

Escrito por: Marize Muniz

Antônio Cruz/Agência Brasil
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Sem acordo com as companhias aéreas, que travaram as negociações por reajuste salarial, pilotos e comissários de voo sem reajuste há dois anos, decidiram em assembleia, realizada nesta quarta-feira (24), entrar em greve por tempo indeterminado, a para a partir de segunda-feira (29) em todo o Brasil.

A cada dia, ficarão paralisados 50% dos trabalhadores, que irão se alternando nas datas seguintes.

Os trabalhadores e as trabalhadoras das companhias aéreas reivindicam reajuste salarial que recomponha as perdas acumuladas com a inflação em 24 meses - de 1º de dezembro de 2019 a 30 de novembro de 2021 - medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

As empresas querem manter os salários sem reajuste e aumentar, de forma escalonada, apenas os benefícios, como vale-alimentação, pela inflação acumulada em 12 meses. A proposta das empresas foi rejeitada por unanimidade.

A direção do Sindicato Nacional dos Aeronatas (SNA) criticou a contraproposta patronal “muito aquém de recompor as perdas salariais”, em texto publicado em seu site.

Segundo o SNA, o sindicato patronal ainda negou a ultratividade da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ou seja, não garantiu a manutenção das cláusulas atuais da convenção em caso de um novo acordo não ser fechado até a data-base (1º de dezembro).

Os sindicalistas ressaltam que, mesmo com a  pandemia do novo coronavírus fora de controle no Brasil, a categoria nunca parou de trabalhar,  enfrentou graves riscos de contaminação por Covid-19, e deu sua contribuição no combate à doença transportando vacinas, insumos e equipamentos.

Os pilotos e comissários também deram colaboração importante para a recuperação das empresas aéreas ao aceitar, de maneira correta, reduções salariais e remuneratórias que perduram até hoje, diz o SNA.

Os sindicalistas destacam que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo não só vem se recuperando aceleradamente como projeta para o futuro próximo um crescimento que não condiz com a intransigência de impor um achatamento salarial de toda uma categoria.

Saiba o que é Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é um acordo negociado entre sindicatos que defendem os trabalhadores e os sindicais patronais, que defendem as empresas. O instrumento está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A CCT reúne uma série de regras trabalhistas específicas de cada categoria profissional cujos sindicatos negociam os percentuais de reajustes salariais e benfícios.

Os acordos fechados nessas negociações valem para todos os trabalhadores e trabalhadoras da empresa,  sejam sócios ou não dos sindicatos.

A CCT tem prazo de duração de, no máximo, dois anos.

Informações para os pilotos e comissários de voo

Leia mais: Manual da greve para os aeronautas

FAQ da greve (aeronautas indisponíveis) 

FAQ da greve (aeronautas em serviço) 

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