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Aeroviários rejeitam proposta salarial das empresas aéreas

Trabalhadores devem ficar atentos aos canais de comunicação do sindicato para convocação de possíveis assembleias, ou declaração de estado de greve

Publicado: 26 Novembro, 2021 - 17h24 | Última modificação: 26 Novembro, 2021 - 18h08

Escrito por: SNA

Paulo Pinto/ Fotos Públicas
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Os trabalhadores e as trabalhadoras que exercem serviços terrestres para as empresas aéreas reprovaram as contrapropostas patronais de atualização da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em assembleias itinerantes da campanha salarial realizadas pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), nos dias 23 e 24 de novembro. O resultado foi levado para as companhias durante as rodadas de negociação realizadas nesta quinta-feira (25).

Diante do impasse, dirigentes sindicais do SNA vão realizar reunião na próxima segunda, dia 29, para definir qual estratégia será adotada a partir do posicionamento das companhias aéreas. A direção do SNA orienta os trabalhadores a ficar atentos aos canais de comunicação do sindicato para convocação de possíveis assembleias ou declaração de estado de greve.

Reivindicações dos trabalhadores

O Sindicato Nacional dos Aeroviários reivindica:

– Reposição das perdas salariais das datas-base de 2020 e 2021 de acordo com a variação do INPC-IBGE no período. Na última data-base (2020), a categoria registrou rebaixamento/perda salarial de 4,94%. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2021, o INPC-IBGE já registra alta de 10,78%.

– Manutenção de todas as cláusulas de CCT na íntegra, incluindo a de horas-extras;

– Reajuste de 36,3% no Vale Alimentação, com objetivo de alcançar o valor médio da Cesta Básica calculada pelo DIEESE em agosto de 2021.

– Kit maquiagem para aeroviárias;

– Implementação de escalas 5×1;

– Folga agrupada todos os meses.

O que disseram as empresas

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), que representa empresas como Gol e Azul, propôs:

 – Retirar da categoria o direito de pagamento de 100% e 150% de horas extras e adotar os termos estabelecidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), definidas pós Reforma Trabalhista. Ou seja, a cláusula da CCT deixaria de existir;

– Reposição no Vale Alimentação (VA), de acordo com o INPC do período. Porém, segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (Dieese), esse reajuste mantém a cesta básica da categoria com um valor muito abaixo da média nacional. Para alcançar a média brasileira o reajuste deveria ser de 36,3%.

– Vale Refeição (VR) de acordo com INPC.

– 5% de reajuste salarial até maio de 2022 e mais 2% a partir de junho;

– Nenhuma menção às reivindicações das cláusulas sociais feitas pelo Sindicato.

Proposta da Latam

– Reajuste nos salários, VA e VR de apenas 50% do INPC;

– Direito à Folga Agrupada mensal;

– Escala de Trabalho 5×1;

– Flexibilização para alterar carga do Cartão VR para o Cartão VA e vice-versa.

Saiba o que é Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é um acordo negociado entre sindicatos que defendem os trabalhadores e os sindicais patronais, que defendem as empresas. O instrumento está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A CCT reúne uma série de regras trabalhistas específicas de cada categoria profissional cujos sindicatos negociam os percentuais de reajustes salariais e benefícios.

Os acordos fechados nessas negociações valem para todos os trabalhadores e trabalhadoras da empresa, sejam sócios ou não dos sindicatos.

A CCT tem prazo de duração de, no máximo, dois anos.