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Agressão à Faixa de Gaza coloca...

Em entrevista ao Hora do Povo, secretário de Relações Internacionais da CUT destaca importância estratégica do Fórum Social Palestina Livre

Publicado: 23 Novembro, 2012 - 15h50

Escrito por: Nathaniel Braia

Jornal Hora do Povo repercutiu denúncias de João Felício da política de apartheid do governo israelenseJornal Hora do Povo repercutiu denúncias de João Felício da política de apartheid do governo israelenseCom a aproximação do Fórum Social Mundial Palestina Livre - Porto Alegre, de 28 de novembro a 1º de dezembro - o jornal Hora do Povo publica entrevista com João Antônio Felício, secretario de Relações Internacionais da CUT, entidade que idealizou o evento.

HP: Como você vê a agressão a Gaza?

JAF:O bombardeio a Gaza só demonstra a necessidade do reconhecimento do Estado Palestino.

As cenas mais chocantes são as crianças palestinas mortas e demonstram que o governo de Israel infelizmente não atua em favor da paz. Os governos de todo o mundo, as entidades populares, os democratas devem condenar estes crimes.

A ação de Israel tem sido no sentido da exclusão, da segregação e a intenção demonstrada é a de praticar o genocídio. Esse tipo de bombardeio em regiões populosas, ações que tiram a vida de pessoas inocentes, são inaceitáveis.

Além disso, o que transparece é que os chefes do governo de Israel fizeram todo esse derramamento de sangue às vésperas das eleições com a finalidade de continuarem no poder. Provocar um morticínio dessa natureza, apostar na instabilidade e na hostilidade para vencer eleições é deplorável.

Acredito que esta agressão também eleva a consciência da necessidade dos palestinos avançarem rumo à unidade para vencer essa agressão colonial e acho que o Fórum com os debates livres e abertos pode contribuir para aprofundar esta unidade sem que se abra mão nem se deixe de discutir os pontos de vista diversos de como encaminhar a luta.

HP: Qual o papel da CUT na criação do Fórum?

JAF:Nós temos relações com o povo palestino há muitos anos. Desde a fundação da CUT, temos relações solidárias com eles. Sempre estiveram presentes nos congressos da CUT, já fizemos no passado campanhas de ajuda humanitária à Palestina. Uma central como a nossa que trata das questões da vida e do trabalho, também deve se preocupar com questões que não são eminentemente sindicais, mas que tem um enorme papel de solidariedade com um povo que luta contra o Apartheid, contra a segregação.

Sempre tivemos uma grande simpatia pela causa deles, especialmente no que se refere ao Estado Palestino, que é apoiado pela resolução da ONU e também pelo governo brasileiro.

Não temos nada contra os judeus, porém ressaltamos que o governo de Israel é que não acata resolução da ONU, e não respeita os direitos mínimos do povo Palestino.


HP: Qual a sua expectativa para esse fórum?


JAF: Teremos mais de cinquenta países com lideranças expressivas dos movimentos sociais e movimentos sindicais.

Neste Fórum cada movimento social tem o direito de se expressar livremente. O objetivo do Fórum é divulgar a causa Palestina, fazer com que mais pessoas compreendam aquela região.

HP: Como você vê a atividade dos movimentos sociais e populares e a luta contra o Apartheid que atinge os palestinos?

JAF:A humanidade foi muito solidária e se levantou contra o massacre de judeus pelos nazistas. A humanidade foi muito solidária à luta da população negra, como é solidária hoje contra os atos de racismo que existem pelo imperialismo, imposto às vezes na própria África. Ou mesmo aqui ou nos EUA, que ainda existe muito racismo, inclusive no mercado de trabalho.

Então todos nós somos solidários a todos esses movimentos e ao povo Palestino. Acho que nesse momento, no que se refere a questão internacional, existem duas questões principais. Devemos lutar contra a globalização, a luta contra a crise que está assolando a imensa maioria dos países, especialmente os EUA e a Europa. E a luta pela libertação do povo da Palestina.

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