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PA: Agricultores querem aprimorar PRONAF na Amazônia

O seminário sobre o assunto começou nesta segunda-feira (2) em Belém e segue até amanhã

Publicado: 02 Outubro, 2017 - 18h49 | Última modificação: 02 Outubro, 2017 - 18h54

Escrito por: Fátima Gonçalves, CUT Pará

CUT Pará
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Trabalhadores e trabalhadoras rurais da Amazônia querem usar o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) sem ficar endividados e também receber a orientação de técnicos para ter perdas na safra e melhorar a produção. Essa será a discussão que vai nortear o Seminário de Articulação para Operacionalização do Pronaf Produtivo Orientado (PPO) que começou nesta segunda-feira (2) no Bristol Hotel, em Belém, com a participação de dirigentes de federações de trabalhadores e trabalhadoras em agricultura de todos os estados da região Norte, incluindo o Tocantins.

De acordo com Antoninho Rovaris, secretário de Política Agrícola da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura (Contag), em 23 anos de existência do Pronaf já foram criadas 19 formas de negociação de dívida. “O que está errado? Acreditamos que o Pronaf precisa ser com orientação técnica e organizativo, algo que nos dê orgulho de ser agricultor familiar, e que garanta a permanência das pessoas no campo”.

 Antoninho observou que vão existir entraves para a implementação de uma nova forma de fazer agricultura familiar sustentável no Brasil, mas que os (as) trabalhadores (as) terão capacidade de apontar caminhos durante o seminário. Ele ressaltou que esse sonho não se dará imediatamente, mas virá. Citou que em 1971, o segundo encontro nacional dos trabalhadores rurais definiu a luta pela aposentadoria da mulher aos 55 anos e do homem aos 60, o que só foi conquistado 17 anos depois. “Serão dois dias de debates fortes e isso será bom”, disse Antoninho.

Angela Lopes, presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura do Pará (Fetagri/Pará) observou que a discussão sobre o Pronaf Produtivo e Orientado é fundamental para quem vive no campo porque é preciso ver a questão do endividamento. A coordenadora da Contag na região Norte, Edjane Rodrigues Meirelles, do Amazonas, disse que sente na pele a dificuldade em usar o Pronaf e por isso perdeu grande parte de sua safra. “Espero sair daqui com uma resposta de como usar e se vamos ter técnicos para orientar”.

Presente na abertura do seminário, o gerente de Pessoas Físicas e Agronegócio do Banco da Amazônia (BASA), Misael Moreno falou que acredita na agricultura familiar e na orientação para melhor servir aos agricultores. “O crédito por si só não adianta sem a orientação”.

Oriunda da agricultura familiar de área quilombola, a presidente da CUT Pará, Euci Ana Gonçalves deu boas-vindas aos presentes e mostrou que 70% da base da CUT no estado é formada por rurais, que também são maioria na executiva ampliada. “Esse é um tema fundamental para quem trabalha com terra, mas para isso é preciso lutar pela não privatização dos bancos públicos. Temos críticas a fazer, mas para que eles melhorem. Nós precisamos dos bancos públicos. Nosso inimigo comum são os banqueiros”.