Ainda sem ministro da Saúde, país registra quase 73 mil vidas perdidas para Covid-19
Diretor-geral da OMS diz que pandemia pode piorar muito se países não tomarem precauções básicas de saúde
Publicado: 14 Julho, 2020 - 12h34 | Última modificação: 14 Julho, 2020 - 12h51
Escrito por: Redação CUT
Enquanto o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, alertava que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pode piorar muito se os países não aderirem às precauções básicas de saúde, o Brasil, divulgava, nesta segunda-feira (13), que havia registrado 733 mortes e 20.286 novos casos em 24 horas. Os números podem ser ainda maior pois nos fins de semana o total de testes feitos costuma ser muito menor.
"Deixe-me ser franco, muitos países estão indo na direção errada, o vírus continua sendo o inimigo público número um", disse Tedros Adhanom, em entrevista online da sede da organização, em Genebra.
"Se o básico não for seguido, o único caminho dessa pandemia será ficar cada vez pior e pior e pior", afirmou.
E o total de pessoas contaminadas no mundo, que superou a marca de 13 milhões nessa segunda-feira, aumentando 1 milhão em apenas cinco dias, mostram que a OMS tem razão. Mais de 500 mil pessoas já morreram no mundo e muitas mais podem morrer se os governos não seguirem as orientações da OMS de confinamento e uso de máscaras.
Situação no Brasil
O Brasil tem um saldo de 72.833 vidas perdidas e 1.884.967 casos da doença desde o inicio da pandemia, em março, segundo dados do Ministério da Saúde.
Até às 8h desta terça-feira (14), o consórcio de imprensa que se uniu para fazer um levantamento paralelo, tinha registrado 72.950 mortes e 1.888.889 casos.
Apesar dos números, vários estados estão flexibilizando as medidas para conter a disseminação do vírus, abrindo a economia e reduzindo o confinamento, como queria o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) desde o início, quando dizia que era importante salvar a economia porque as pessoas morrem mesmo e chamava o vírus de gripezinha.
A negação e o descaso de Bolsonaro com a pandemia se revela em suas atitudades, como andar sem máscaras, incentivar e participar de aglomerações, pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pela reabertura da economia, mandar empresários pressionarem governadores e rpefeitos e até na gestão do Ministério da Saúde, que está há mais de dois meses sem ministro.
A pasta vem sendo comandada interinamente pelo general Eduardo Pazzuelo, que não é médico nem tem experiência como administrador da área da saúde. O militar levou vários companheiros de farda para o Ministério. Nenhum é da área da saúde.
São Paulo segue liderando o ranking de estados mais afetados pela pandemia, com 374.607 casos confirmados e 17.907 mortes. Só na capital paulsita foram 8.248 mortes e 154.247 casos.
Em seguida vêm Ceará, com 137.206 casos e 6.947 mortes, e Rio de Janeiro, com 132.044 casos e 11.474 mortes.
De acordo com os dados do consórcio de imprensa, 9 estados mais o Distrito Federal apresentaram alta de mortes, 9 estão estáveis e 7 estão em queda
Subindo: PR, RS, SC, MG, DF, GO, MS, RO, TO e CE.
Em estabilidade: ES, SP, AL, BA, MA, PB, PE, PI e SE.
Em queda: RJ, AC, AM, AP, PA, RR e RN.
Segundo o G 1‘, o estado de Mato Grosso não divulgou os dados até as 20h. Considerando os dados até as 20h de domingo, estava subindo (a alta era de +31%).