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Ajuda humanitária para a Venezuela tem 'sentido provocativo', diz Celso Amorim

"Estamos legitimando algo que não é verdadeiro em si, não se trata de ajuda humanitária, mas de ajuda para beneficiar uma facção", afirma o ex-chanceler. Deputado Eduardo Bolsonaro defende intervenção

Publicado: 25 Fevereiro, 2019 - 11h07 | Última modificação: 25 Fevereiro, 2019 - 11h18

Escrito por: Redação CUT

A ajuda humanitária dos Estados Unidos para a Venezuela é uma provocação para intervir no país sul-americano e forçar a queda de Nicolás Maduro, afirmou o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “A ajuda tem um sentido provocativo, de forçar uma situação paramilitar que leve a uma mudança de regime".

Quanto à decisão do governo de Jair Bolsonaro de apoiar a missão de ajuda enviada pelos EUA, Amorim, que defende a não intervenção na Venezuela, disse ao site Nocaute que o Brasil nega a própria história do país, de sua diplomacia, de não se envolver em conflitos e de respeitar a soberania de seus vizinhos.

Estamos legitimando algo que não é verdadeiro em si, não se trata de ajuda humanitária, mas trata-se de ajuda para beneficiar uma facção
- Celso Amorim

Para o ex-ministro, a ajuda humanitária deveria ser imparcial e não para apoiar o líder da oposição.

O governo de Donald Trump nos Estados Unidos tem se empenhado na mudança do regime da Venezuela. "Algo muito grave", na avaliação de Amorim.

O líder de oposição na Venezuela, que se autoproclamou governo, Juan Guaidó, "não tem legitimidade, não foi eleito, mesmo que esteja dizendo que vai convocar eleições", afirmou.

O deputado federal (PSL-SP) Eduardo Bolsonaro, filho número dois do presidente Bolsonaro, tentou acirrar os ânimos no início da madrugada deste sábado. Em post no Twitter ele defendeuo claramente a intervenção. "O sistema cubano é um parasita que suga outros países. Não podemos permitir que a Venezuela se torne uma nova Cuba trazendo problemas para a região como a fome e a ação livre de grupos terroristas/narcos. Achar que o problema da Venezuela é só dos venezuelanos é não enxergar um palmo adiante".