Escrito por: Vanessa Ramos - CUT SP
Polícia Militar dificultou caminhada do movimento; próxima assembleia é nesta sexta (24)
Nesta quinta-feira (23), os professores de São Paulo estiveram reunidos com o secretário de Educação, Herman Voorwald. Os trabalhadores apresentaram as principais demandas como reajuste salarial de 75,33%, reabertura das salas de aula que foram fechadas no ano passado no período noturno, desmembramento das salas superlotadas e a redução para 25 alunos no máximo por sala de aula.
Mesmo após 40 dias de paralisação, Alckmin não concorda que a categoria enfrenta condições precárias de trabalho e, num sinal de desrespeito, ofereceu 0% de reajuste salarial.
Segundo o vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, o governo sequer reconhece a legitimidade do movimento, que conta com um grupo de professores acampado na Praça da República, região central da capital paulistana, desde a segunda semana de paralisação.
“É uma gestão insensível e irresponsável. A categoria está paralisada há 40 dias e o governo, ao invés de fazer uma negociação séria, não reconhece a nossa greve”, protesta o dirigente, também representante da diretoria do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Depois da reunião com o governo, cerca de duas mil pessoas caminharam da Secretaria da Educação de São Paulo até a Praça da Sé.
De acordo com Izzo, a passeata caminhada estava prevista até a Marginal Tietê, mas novamente a Tropa de Choque interveio e impediu a continuidade da manifestação. “Essa é maneira de o governo se apresentar e lidar com a situação. Não dá para acreditar que é mais um ataque ao nosso movimento, um ciclo de violência permanente”.
A sétima assembleia está confirmada para esta sexta-feira (24), às 14h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.
Dias de combate
Os professores também participaram de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo(Alesp) na quarta-feira (22) com parlamentares e cobraram deles a intermediação com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que abra o diálogo.
Parte da resposta, o governo usou da truculência à reivindicação dos trabalhadores. Durante a audiência em que deputados de partidos como PT, PSOL e PCdoB se pronunciaram em solidariedade à paralisação, um desentendimento na entrada do plenário Juscelino Kubitschek, na Alesp, terminou com o professor Wanderlei Nepomuceno sendo levado para a delegacia.
Também coordenador da subsede da Apeoesp em Mauá, ele afirmou que em 22 anos como professor em São Paulo ele "nunca havia sido algemado pela PM”, disse à reportagem da CUT/SP.