Alta de preços faz 7 a cada 10 brasileiros reduzirem compras de alimentos
Inflação foi apontada por 82% dos pesquisados pelo IPEC como o motivo da redução de compras no mercado. Grandes varejistas mudam estratégia e vendem produtos “amassados”, mais baratos
Publicado: 28 Julho, 2022 - 11h51 | Última modificação: 28 Julho, 2022 - 12h03
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
Apesar da ligeira queda no índice da prévia da inflação para este mês de julho, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os reajustes dos preços dos alimentos quadriplicaram, forçando as famílias brasileiras a reduzirem ainda mais o que compram nos supermercados. Uma nova pesquisa do IPEC, encomendada pelo C6 Bank reflete essa situação de penúria da população.
A pesquisa ouviu famílias das classes A, B e C que possuem internet, e apesar delas terem uma situação econômica melhor do que os 33 milhões de brasileiros que passam fome, ainda assim, a queda no poder de compra tem feito mudanças nos hábitos alimentares de 72% deles. Dos dois mil pesquisados, 82% afirmaram que a causa da redução de compras é a inflação.
De acordo com a pesquisa, publicada pelo UOL, tiraram da lista de compras, principalmente as carnes. A compra de cortes de carne bovina de primeira foi suspensa por 72% dos pesquisados. Outros 28% interromperam também a compra de carne bovina de segunda. As carnes suína, de frango e peixe saíram do cardápio de 15% das famílias e outras 26% sequer compram carnes processadas como linguiça e salsicha.
Outros produtos que saíram da lista de compras foram os derivados de leite como a muçarela (54%), iogurte (44%), e o próprio leite (37%).
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Diante dessa crise econômica, até mesmo os grandes varejistas tentam driblar o baixo consumo oferecendo legumes, frutas e verduras “amassadas”. São produtos que podem ser consumidos, mas não apresentam uma boa aparência. Segundo o Carrefour, ao UOL, a venda desses produtos subiu 82% na comparação entre os segundos trimestres de 2021 e 2022.
Metodologia da pesquisa IPEC
A pesquisa ouviu 2.000 brasileiros com mais de 16 anos em todas as regiões do País entre os dias 14 e 20 de julho de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais.