Altamiro Borges: Opus Dei quer exorcizar a...
Publicado: 24 Junho, 2010 - 11h01
Escrito por: Blog do Miro
Em recente artigo no jornal O Estado deS.Paulo, o articulista Carlos Alberto Di Franco, que se apresenta como “doutorem comunicação”, mas esconde os seus vínculos com a seita Opus Dei, resolveuexorcizar a internet. Ele teme os efeitos nefastos desta ferramenta, talvez umaobra do demônio, que ainda garante certas brechas para a pluralidadeinformativa.
Por Altamiro Borges (Miro) em seu blog
No altar dos barões da mídia, ela prega:“Ou fazemos jornalismo de verdade..., ou seremos descartados por um leitoradocada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação na plataformavirtual”.
Para ele, a chamada “grande imprensa” temcometido muitos erros, o que a torna mais vulnerável diante do fascínio dainternet. Ele não se refere às manipulações grosseiras, ao falso denuncismo ouao sensacionalismo barato. Di Franco está preocupado é com o fantasma do“esquerdismo” nas redações, com o “engajamento ideológico” e a “fácil concessãoao jornalismo declaratório”. Ele gostaria, talvez, que todos os jornalistasfossem fiéis seguidores do Opus Dei e que auto-flagelassem dos seus desvios comchicotes de corda e silício (cinta de arame amarrada na virilha).
Religiãoe política
Os motivos da ira “divina” do chefão daseita no Brasil são emblemáticos da postura reacionária desta organização. Nocampo religioso, ele critica “a recente enxurrada de matérias sobre abusosexual na Igreja”. Ela acha um exagero a mídia falar em “pedofilia epidêmica” egarante que “o número de delitos ocorridos é muitíssimo menor entre padrescatólicos do que em qualquer outra comunidade”. Risível, faz comparação com onúmero de casos entre “os professores de educação física”. Como o Opus Dei gozade forte influência no Vaticano, ele tenta limpar a sua imagem.
Já no terreno político, ele exige uma mídiaainda mais direitista. “Gastamos páginas repercutindo o obstinado apoio de Lulaà ditadura cubana (...) e não vamos à fonte que esclarece as razões daestratégia do presidente da República. É só contar ao leitor a história do Forode São Paulo. Lá está tudo, inclusive a matriz inspiradora do Plano Nacional deDireito Humanos (PNDH-3)... Estamos diante de um projeto de corteradical-socialista, que está sendo implantado na Venezuela, no Equador e naBolívia e que tem em Cuba o seu ponto de referência”.
Umahistória sinistra
O temor do Opus Dei diante da internet écompreensível. Afinal, ela permite que os internautas conheçam algumas verdadessobre esta seita fascista – o que geralmente é omitido pela mídia hegemônica,inclusive pelo jornal Estadão, que oculta a biografia de Di Franco. Replicoabaixo artigo que relata um pouco desta história sinistra:
O Opus Dei (do latim, Obra de Deus) foifundado em outubro de 1928, na Espanha, pelo padre Josemaría Escrivá. O jovemsacerdote de 26 anos diz ter recebido a “iluminação divina” durante a suaclausura num mosteiro de Madri. Preocupado com o avanço das esquerdas no país,este excêntrico religioso, visto pelos amigos de batina como um “fanático edoente mental”, decidiu montar uma organização ultra-secreta para interferirnos rumos da Espanha. Segundo as suas palavras, ela seria “uma injeçãointravenosa na corrente sanguínea da sociedade”, infiltrando-se em todos osporos de poder. Deveria reunir bispos e padres, mas, principalmente, membroslaicos, que não usassem hábitos monásticos ou qualquer tipo de identificação.
Reconhecida oficialmente pelo Vaticano em1947, esta seita logo se tornou um contraponto ao avanço das idéiasprogressistas na Igreja. Em 1962, o papa João 23 convocou o Concílio VaticanoII, que marca uma viragem na postura da Igreja, aproximando-a dos anseios populares.No seu fanatismo, Escrivá não acatou a mudança. Criticou o fim da missa rezadaem latim, com os padres de costas para os fiéis, e a abolição do Index LibrorumProhibitorum, dogma obscurantista do século 16 que listava livros “perigosos” eproibia sua leitura pelos fiéis. “Este concílio, minhas filhas, é o concílio dodiabo”, garantiu Escrivá para alguns seguidores, segundo relato do jornalistaEmílio Corbiere no livro “Opus Dei: El totalitarismo católico”.
Opoder no Vaticano
Josemaría Escrivá faleceu em 1975. Mas oOpus Dei se manteve e adquiriu maior projeção com a guinada direitista doVaticano a partir da nomeação do papa polonês João Paulo II. Para o teólogoespanhol Juan Acosta, “a relação entre Karol Wojtyla e o Opus Dei atingiu o seuêxito nos anos 80-90, com a irresistível acessão da Obra à cúpula do Vaticano,a partir de onde interveio ativamente no processo de reestruturação da IgrejaCatólica sob o protagonismo do papa e a orientação do cardeal alemãoRatzinger”. Em 1982, a seita foi declarada “prelazia pessoal” – a únicaexistente até hoje –, o que no Direito Canônico significa que ela só prestacontas ao papa, que só obedece ao prelado (cargo vitalício hoje ocupado por domJavier Echevarría) e que seus adeptos não se submetem aos bispos e dioceses,gozando de total autonomia.
O ápice do Opus Dei ocorreu em outubro de2002, quando o seu fundador foi canonizado pelo papa numa cerimônia que reuniu350 mil simpatizantes na Praça São Pedro, no Vaticano. A meteórica canonizaçãode Josemaría Escrivá, que durou apenas dez anos, quando geralmente esteprocesso demora décadas e até séculos, gerou fortes críticas de diferentessetores católicos. Muitos advertiram que o Opus Dei estava se tornando uma“igreja dentro da Igreja”. Lembraram um alerta do líder jesuíta VladimirLedochowshy que, num memorando ao papa, denunciou a seita pelo “desejo secretode dominar o mundo”. Apesar da reação, o papa João Paulo II e seu principalteólogo, Joseph Ratzinger, ex-chefe da repressora Congregação para Doutrina daFé e atual papa Beto 16, não vacilaram em dar maiores poderes ao Opus Dei.
Vários estudos garantem que esta relaçãoprivilegiada decorreu de razões políticas e econômicas. No livro “O mundosecreto do Opus Dei”, o jornalista canadense Robert Hutchinson afirma que estaorganização acumula uma fortuna de 400 bilhões de dólares e que financiou osindicato Solidariedade, na Polônia, que teve papel central na débâcle do blocosoviético nos anos 90. O complô explicaria a sólida amizade com o papa, que erapolonês e um visceral anticomunista. Já Henrique Magalhães, numa excelentepesquisa na revista A Nova Democracia, confirma o anticomunismo de Wojtyla erelata que “fontes da Igreja Católica atribuem o poder da Obra a quitação dadívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982”.
Ovínculo com os fascistas
Além do rigoroso fundamentalismo religioso,o Opus Dei sempre se alinhou aos setores mais direitistas e fascistas. Durantea Guerra Civil Espanhola, deflagrada em 1936, Escrivá deu ostensivo apoio aogeneral golpista Francisco Franco contra o governo republicano legitimamenteeleito. Temendo represálias, ele se asilou na embaixada de Honduras, depois seinternou num manicômio, “fingindo-se de louco”, antes de fugir para a França.Só retornou à Espanha após a vitória dos golpistas. Desde então, firmou sólidoslaços com o ditador sanguinário Francisco Franco. “O Opus Dei praticamente sefundiu ao Estado espanhol, ao qual forneceu inúmeros ministros e dirigentes deórgãos governamentais”, afirma Henrique Magalhães.
Há também fortes indícios de que JosemaríaEscrivá nutria simpatias por Adolf Hitler e pelo nazismo. De forma simulada,advogava as idéias racistas e defendia a violência. Na máxima 367 do livroCaminho, ele afirma que seus fiéis “são belos e inteligentes” e devem olhar aosdemais como “inferiores e animais”. Na máxima 643, ensina que a meta “é ocuparcargos e ser um movimento de domínio mundial”. Na máxima 311, ele escancara: “Aguerra tem uma finalidade sobrenatural... Mas temos, ao final, de amá-la, comoo religioso deve amar suas disciplinas”. Em 1992, um ex-membro do Opus Deirevelou o que este havia lhe dito: “Hitler foi maltratado pela opinião pública.Jamais teria matado 6 milhões de judeus. No máximo, foram 4 milhões”. Outranumerária, Diane DiNicola, garantiu: “Escrivá, com toda certeza, era fascista”.
Escrivá até tentou negar estas relações.Mas, no seu processo de ascensão no Vaticano, ele contou com a ajuda denotórios nazistas. Como descreve a jornalista Maria Amaral, num artigo àrevista Caros Amigos, “ao se mudar para Roma, ele estimulou ainda mais asacusações de ser simpático aos regimes autoritários, já que as suas primeirasvitórias no sentido de estabelecer o Opus Dei com estrutura eclesiástica capazde abrigar leigos e ordenar sacerdotes se deram durante o pontificado do papaPio XII, por meio do cardeal Eugenio Pacelli, responsável por controversoacordo da Igreja com Hitler”. Outro texto, assinado por um grupo de católicasperuanas, garante que a seita “recrutou adeptos para a organização fascista‘Jovem Europa’, dirigida por militantes nazistas e com vínculos com o fascismoitaliano e espanhol”.
Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivárealizou uma “peregrinação” pela América Latina. Ele sempre considerou ocontinente fundamental para sua seita e para os negócios espanhóis. Na região,o Opus Dei apoiou abertamente várias ditaduras. No Chile, participou do regimeterrorista de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá,era membro ativo da seita, assim como centenas de quadros civis e militares. NaArgentina, numerários foram nomeados ministros da ditadura. No Peru, a seitadeu sustentação ao corrupto e autoritário Alberto Fujimori. No México, ajudou aeleger como presidente seu antigo aliado, Miguel de La Madri, que extinguiu asecular separação entre o Estado e a Igreja Católica.
Infiltraçãona mídia
Para semear as suas idéias religiosas epolíticas de forma camuflada, Escrivá logo percebeu a importância estratégicados meios de comunicação. Ele mesmo gostava de dizer que “temos de embrulhar omundo em papel-jornal”. Para isso, contou com a ajuda da ditadura franquistapara a construção da Universidade de Navarra, que possuí um orçamento anual de240 milhões de euros. Jornalistas do mundo inteiro são formados nos cursos depós-graduação desta instituição. O Opus Dei exerce hoje forte influência sobrea mídia. Um relatório confidencial entregue ao Vaticano em 1979 pelo sucessorde Escrivá revelou que a influência da seita se estendia por “479 universidadese escolas secundárias, 604 revistas ou jornais, 52 estações de rádio outelevisões, 38 agências de publicidade e 12 produtores e distribuidoras defilmes”.
Na América Latina, a seita controla ojornal El Observador (Uruguai) e tem peso nos jornais El Mercúrio (Chile), LaNación (Argentina) e O Estado de S.Paulo. Segundo várias denúncias, ela dirigea Sociedade Interamericana de Imprensa, braço da direita na mídia hemisférica.No Brasil, a Universidade de Navarra é comandada por Carlos Alberto di Franco,numerário e articulista do Estadão, responsável pela lavagem cerebral semanalde Geraldo Alckmin nas famosas “palestras do Morumbi”. Segundo a revista Época,seu “programa de capacitação de editores já formou mais de 200 cargos de chefiados principais jornais do país”. O mesmo artigo confirma que “o jornalistaCarlos Alberto Di Franco circula com desenvoltura nas esferas de poder,especialmente na imprensa e no círculo íntimo do governador Geraldo Alckmin”.
O veterano jornalista Alberto Dines, doObservatório da Imprensa, há muito denuncia a sinistra relação do Opus Dei coma mídia nacional. Num artigo intitulado “Estranha conversão da Folha”, criticaseu “visível crescimento na imprensa brasileira. A Folha de S.Paulo pareciaresistir à dominação, mas capitulou”. No mesmo artigo, garante que a seita “játomou conta da Associação Nacional de Jornais (ANJ)”, que reúne os principaismonopólios da mídia do país. Para ele, a seita não visa a “salvação das almasdesgarradas. É um projeto de poder, de dominação dos meios de comunicação. E umprojeto desta natureza não é nem poderia ser democrático. A conversão da Folhaé uma opção estratégica, política e ideológica”.
A“santa máfia”
Durante seus longos anos de atuação nosbastidores do poder, o Opus Dei constituiu uma enorme fortuna, usada para bancarseus projetos reacionários – inclusive seus planos eleitorais. Os recursosforam obtidos com a ajuda de ditadores e o uso de máquinas públicas. “O OpusDei se infiltrou e parasitou no aparato burocrático do Estado espanhol,ocupando postos-chaves. Constituiu um império econômico graças aos favores naslargas décadas da ditadura franquista, onde vários gabinetes ministeriáveisforam ocupados integralmente por seus membros, que ditaram leis para favoreceros interesses da seita e se envolveram em vários casos de corrupção,malversação e práticas imorais”, acusa um documento de católico do Peru.
A seita também acumulou riquezas através dadoação obrigatória de heranças dos numerários e do dizimo dos supernumerários esimpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais. Com aofensiva neoliberal dos anos 90, a privatização das estatais virou outra fontede receitas. Poderosas multinacionais espanholas beneficiadas por esteprocesso, como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica e empresa depetróleo Repsol, tem no seu corpo gerencial adeptos do Opus.
Para católicos mais críticos, que rotulam aseita de “santa máfia”, esta fortuna também deriva de negócios ilícitos.Conforme denuncia Henrique Magalhães, “além da dimensão religiosa e política, oOpus Dei tem uma terceira face: da sociedade secreta de cunho mafioso. Em seusestatutos secretos, redigidos em 1950 e expostos em 1986, a Obra determina que‘os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre umprudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelarnunca a ninguém que eles próprios pertencem ao Opus Dei’. Inimiga jurada daMaçonaria, ela copia sua estrutura fechada, o que frequentemente serve paraencobrir atos criminosos”.
O jornalista Emílio Corbiere cita os casosde fraude e remessa ilegal de divisas das empresas espanholas Matesa e Rumasa,em 1969, que financiaram a Universidade de Navarra. Há também a suspeita do usode bancos espanhóis na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. OOpus Dei esteve envolvido na falência fraudulenta do banco Comercial(pertencente ao jornal El Observador) e do Crédito Provincial (Argentina).Neste país, os responsáveis pela privatização da petrolífera YPF e dasAerolineas Argentinas, compradas por grupos espanhóis, foram denunciados porescândalos de corrupção, mas foram absolvidos pela Suprema Corte, dirigida porAntonio Boggiano, outro membro da Opus Dei. No ano retrasado, outro numeráriodo Opus Dei, o banqueiro Gianmario Roveraro, esteve envolvido na quebra daParlamat.
“AInternacional Conservadora”
O escritor estadunidense Dan Brown, autordo best seller “O Código da Vinci”, não vacila em acusar esta seita de ser umpartido de fanáticos religiosos com ramificações pelo mundo. O Opus Dei teriacerca de 80 milhões de fiéis, muitos deles em cargos-chaves em governos, namídia e em multinacionais. Henrique Magalhães garante que a “Obra é vanguardadas tendências mais conservadoras da Igreja Católica”. Num livro feito sobencomenda pelo Opus Dei, o vaticanista John Allen confessa este poderio. Ele admiteque a seita possui um patrimônio de US$ 2,8 bilhões – incluindo uma luxuosasede de US$ 60 milhões em Manhattan – e que esta fortuna serve para manter assuas instituições de fachada, como a Heights School, em Washington, ondeestudam os filhos dos congressistas do Partido Republicano de George W.Bush.
Numa reportagem que tenta limpar a barra doOpus Dei, a própria revista Superinteressante, da suspeita Editora Abril,reconhece o enorme influência política desta seita. E conclui: “No Brasil, umdos políticos mais ligados à Obra é o candidato a presidente Geraldo Alckmin,que em seus tempos de governador de São Paulo costumava assistir a palestrassobre doutrina cristã ministradas por numerários e a se confessar com um padredo Opus Dei. Alckmin, porém, nega fazer parte da ordem”. Como se observa, ocandidato segue à risca um dos principais ensinamentos do fascista JosemaríaEscrivá: “Acostuma-se a dizer não”.
Ostentáculos no Brasil
No Brasil, o Opus Dei fincou a sua primeiraraiz em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação dedois centros. Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou onumerário espanhol Xavier Ayala, segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, comogostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com amissão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do ConcílioVaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno àsorigens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentosda Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral na revista Caros Amigos.
Ainda segundo seu relato, “aos poucos, oOpus Dei foi encontrando seus aliados na direita universitária... Entre osprimeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra Martins e Carlos AlbertoDi Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado adeputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos doBrasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país poucomais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moramaproximadamente seiscentos numerários”.
Crescimentona ditadura
Durante a ditadura, a seita tambémconcentrou sua atuação no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. Opromotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duasvezes por juízes fiéis à organização. O expoente nesta fase foi José GeraldoRodrigues Alckmin, nomeado ministro do STF pelo ditador Garrastazu Médici em1972, e tio do atual presidenciável. Até os anos 70, porém, o poder do Opus Deiera embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuaçãocoordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (TFP) assimpatias dos católicos de extrema direita.
Seu crescimento dependeu da benção dosgenerais golpistas e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e DiFranco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com donos da mídia,políticos de direita, bispos e empresários. É desta fase a construção da suaestrutura de fachada – Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e EditoraQuadrante. Ela também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais,Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GMe Citigroup. Confrontado com esta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorouà jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresascomo o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”.