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Analistas do setor confirmam: conta de luz não vai baixar com venda da Eletrobras

Ministério das Minas e Energia diz que tarifas vão baixar com a privatização da Eletrobras. Analistas contestam versão governamental

Publicado: 14 Junho, 2022 - 16h07 | Última modificação: 14 Junho, 2022 - 16h32

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Reprodução
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O processo de venda da Eletrobras, recheado de irregularidades, concluído nesta terça-feira (14), pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que compareceu à Bolsa de Valores de São Paulo para oficializar a privatização da estatal, não trará nenhum benefício aos consumidores de energia elétrica como diz o governo. Muito pelo contrário, a previsão, inclusive de analistas do mercado, é de que os preços irão aumentar.

Enquanto o Ministério das Minas e Energia mente à população afirmando que as tarifas vão baixar, analistas do setor energético, ouvidos pelo Portal UOL, reafirmam o que o PortalCUT vem alertando ao longo dos últimos anos em diversas reportagens: com a privatização da Eletrobras, as contas de luz vão ficar ainda mais caras e os serviços prestados à população vão piorar. 

Leia Mais: Conta de luz será 17 % maior com venda da Eletrobras, alertam eletricitários 

O professor associado do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), Celio Bermann, disse ao UOL que “ o argumento mais fácil para poder, digamos, atingir os incautos é justamente dizer que vai baixar a tarifa de energia elétrica. É uma retórica que aparece sempre. Mas, desculpe-me quem acredita na fantasia de que as tarifas serão reduzidas. Isso é desprovido de qualquer base. As tarifas vão ficar mais caras, e o serviço prestado vai ser mais precário".

O também professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ewaldo Mehl acrescentou que “isso não tem qualquer lógica. O que levaria à redução das contas? A Eletrobras nem define as tarifas de energia. Quem cobra a energia elétrica da população são as empresas de distribuição locais, e a maioria já são privadas”.

Para o professor Edmar Almeida, do Instituto de Energia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), a ideia da venda é possibilitar à estatal a retomada de investimentos no setor elétrico, mas os custos ao consumidor ainda dependerão do mercado.

"O preço vai depender do mercado. Espera-se que esse mercado, com maior concorrência, gere preços mais baixos. Mas não é algo que o governo possa garantir", afirmou.

Essas afirmações vêm ao encontro do que disse o superintendente de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Davi Antunes Lima, no dia 1º deste mês, na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados. Ou seja, nem os órgãos vinculados ao Ministério das Minas e Energia, como é o caso da Aneel, acreditam nas mentiras do governo de Jair Bolsonaro (PL).

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