Escrito por: Redação CUT
Por precaução, Anvisa também interrompeu, temporariamente, a vacinação de todas as gestantes que não tenham comorbidades
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender temporariamente o uso da vacina AstraZeneca/Oxford, produzida pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em grávidas e puérperas – período de 40 a 45 dias após o parto.
A medida foi tomada após a morte de uma gestante carioca de 35 anos imunizada contra a Covid-19 com a AstraZeneca. A Anvisa afirma que não foi comprovada a relação da morte da jovem, grávida de 23 semanas, e a vacina, mas enquanto a investigação está sendo realizada, grávidas não podem tomar a AstraZeneca.
A orientação da Anvisa é seguir a indicação que consta da bula da vacina que não fala nada sobre o uso do imunizante em mulheres grávidas.
Também por precaução foi interrompida, temporariamente, a vacinação de todas as gestantes que não tenham comorbidades. Só as gestantes com doenças preexistentes podem tomar as vacinas produzidas pela Pfizer e pelo Instituto Butantan (CoronaVac).
Alta incidência de mortes entre grávidas
As complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, já tirou a vida de 452 grávidas no Brasil só este ano, segundo dados do governo federal.
Com a alta incidência de casos e mortes de grávidas, muitas mulheres dizem ter mais medo de morrer de Covid-19 de complicações causadas pela vacina, segundo vários depoimentos dados à reportagem da Folha de S. Paulo.
Mas, a Anvisa recomenda que aguardem e explica que a suspensão da imunização de grávidas com a Astra/Zenica é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra Covid-19 em uso no país, e também com base no princípio da precaução, diz nota publixcada no site da Agência.
De acordo com a nota, a medida foi tomada após uma suspeita de evento adverso grave de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico ocorrido e que resultou em óbito fetal e da gestante. Até à tarde de terça-feira (11), não havia outros eventos adversos graves envolvendo gestantes que tenham sido notificados para à Agência.
O Comunicado traz orientações às gestantes e aos profissionais de saúde, que devem avaliar o caso de cada paciente.
A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina da AstraZeneca/Fiocruz seja seguida pelo Ministério da Saúde.
O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina por gestantes sem orientação médica, diz trecho da nota.
Sobre a paciente
A Anvisa disse que a gestante foi hospitalizada dois dias antes de morrer, no dia 5 de maio, "com cefaleia excruciante [dor de cabeça muito forte] e diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, plaquetopenia e D-dimero alterado", segundo reportagem do UOL
Possíveis efeitos da vacina AstraZenica
É raro, mas a vacina pode provocar trombose. Não a clássica, que tem como uma das características a contagem alta no número de plaquetas (o que aumenta o risco de coágulos no organismo). A trombose no caso de quem tomou a vacina tem como característica uma queda no número de plaquetas
No caso das grávidas, a gestação costuma aumentar o risco da trombose clássica, que surge especialmente (mas não apenas) nos membro inferiores. No entanto, pelas mudanças que o corpo passa durante a fase, é possível que a vacina também aumente o risco desse evento.
Quem já tomou defe fazer o quê?
As grávidas que tomaram a primeira dose da AstraZenica há menos de 15 dias, devem observar qualquer tipo de reação que tenha relação com trombose: falta de ar, dor no peito, inchaço na perna e dor abdominal persistente, além de dor de cabeça persistente e visão turva. Nesses casos, ´re preciso oricurar o médico imediatamente. Se já foi imunizada há mais de 15 dias e não teve nenhum dos sintomas acima, as grávidas não precisa mais se preopcupar.
Com informações dos portais da Anvisa e do UOL.
Texto: Marize Muniz