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Ao deixar governo que ajudou a eleger, Moro acusa Bolsonaro de interferência na PF

Em anúncio de saída, ministro desmente que exoneração do diretor da PF foi a pedido, denuncia ingerência explícita de Bolsonaro e admite que Lula e Dilma garantiram autonomia da PF

Publicado: 24 Abril, 2020 - 12h48 | Última modificação: 24 Abril, 2020 - 12h55

Escrito por: Redação RBA

Carolina Antunes/PR
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Sergio Moro pediu demissão e não é mais ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. A decisão foi anunciada horas depois de o presidente exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, na madrugada desta sexta-feira (24). O agora ex-ministro iniciou o pronunciamento pouco depois das 11h, com crítica indireta a Bolsonaro, por criar e manter uma crise política quando deveria lidar com o combate à pandemia do coronavírus, e lamentando ter de tomar decisão dessa grandeza “num momento como esse”. “Está morrendo um avião por dia”, disse, comparando o número diário de óbitos com o potencial das tragédias aéreas.

Em seu pronunciamento, Moro admitiu preocupação em “preservar minha biografia” e foi categórico na denúncia de ingerência política e da falta de “condições de trabalho” para conduzir o ministério. Esboçou um ar de lamento por ter “abandonado 22 anos de magistratura”, em troca de um compromisso de que teria autonomia para trabalhar, mas que sabia dos riscos.