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Ao invés de liberar verbas, ministra da Agricultura critica santo por falta de chuva

Em visita a região do extremo-oeste catarinense, que sofre com uma forte seca, Tereza Cristina disse a agricultores: "Rezem para São Pedro para ele fazer chover novamente. Temos que dar um puxão de orelhas nele

Publicado: 03 Fevereiro, 2022 - 15h10 | Última modificação: 03 Fevereiro, 2022 - 15h19

Escrito por: Redação CUT

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A resposta do governo de Jair Bolsonaro (PL) para os agriculrores que amargam uma das maiores secas dos últimos tempos é a mesma dada a todos que precisam de ajuda federal: o descaso.

Foi o que fez a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em janeiro, quando visitou a região do extremo-oeste catarinense que sofre com uma forte seca. Ela não anunciou liberação de recursos ou investimentos aos produtores rurais atingidos pela estiagem, fenômeno climático que tem impactados, também, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Se limitou a criticar o chamado ‘santo das chuvas’.

"Rezem para São Pedro para ele fazer chover novamente. Temos que dar um puxão de orelhas nele", disse a ministra, em janeiro durante visita ao local.

O deputado federal Pedro Uczai (PT-SC), coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara dos Deputados, rebateu, nessa quarta-feira (2), a fala da ministra durante o ato que marcou o protocolo do Projeto de Lei (PL) nº 19/2022, que trata de medidas emergenciais para socorrer os agricultores familiares que foram solapados com os impactos socioeconômicos da estiagem e das enchentes em diversos estados, segundo reportagem do BdF.

"A ministra foi na nossa região e mandou nós rezarmos para São Pedro e termos paciência. Nós dizemos: 'Não!'. Nós reagimos e apresentamos resposta para o governo, nós temos a Lei Assis Carvalho 2, que a lei está pronta, é só cumprir, e, agora, mais um projeto de lei para enfrentar o tema da seca e das enchentes no país com resposta concreta", disse Uzcai.

"São R$ 40 mil de crédito e repactuação das dívidas, portanto, não é uma coisa complexa, é uma resposta concreta. Os agricultores precisam plantar. Se você não repactua a dívida, como é que vai buscar o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]? É uma emergência. Se o governo não dá resposta, o Parlamento tem que dar a resposta para aquilo que o povo está precisando", declarou o congressista ao BdF.

Segundo a matéria, a proposta foi apresentada em ato simbólico com a presença de movimentos sociais como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento de Mulheres Camponesas e diversos deputados da oposição ao governo Bolsonaro. De forma concomitante, o presidente da República participava de solenidade de fim do recesso legislativo no Congresso Nacional.

Confira aqui a íntegra da reportagem, com detalhes sobre o projeto de lei.