Escrito por: Redação CUT
Nise Yamaguchi participou de reuniões mesmo sem fazer parte da equipe do governo federal
A oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi depõe nesta terça-feira (1º) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura ações e omissões do governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) no combate à pandemia do novo coronavírus.
A CPI da Covid do Senado apura o 'gabinete paralelo' que atuava mesmo sem fazer parte do Ministério da Saúde nem do goveno federal defendendo o tratamento precoce com medicamentos com a cloroquina que não tem eficácia contra a doença, como quer Bolsonaro.
Ela teria, inclusive, apoiado a mudança da bula da cloroquina via decreto presidencial.
Nise Yamaguchi praticamente se autoconvidou para depor, conforme relatou o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), segundo o Congresso em Foco. Coube ao governista Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentar o requerimento convocando oficialmente a médica. O parlamentar argumentou que ela foi citada pelo diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, no depoimento dado por ele à CPI. Na ocasião Barra Torres confirmou a informação anteriormente dada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta de que a médica estava na reunião, junto a Bolsonaro, em que foi apresentado o esboço de uma possível minuta para mudança da bula da cloroquina.
Reportagem do site The Intercept Brasil, publicada nesta segunda-feira (31), com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, mostra os registros da ida da médica à sede do Ministério da Saúde no ano passado.
“De acordo com a lista, Nise Yamaguchi esteve no prédio em pelo menos quatro datas em junho, julho e dezembro de 2020. Em duas delas, a médica passou pela recepção mais de uma vez, nos períodos da manhã e da tarde – o que indica que teve reuniões que ocuparam todo o dia”, afirma Paulo Motoryn na reportagem.