Apagão no Amapá: transformador chega, mas população segue em rodízio de energia
Com equipamento em fase de montagem, prazo de normalização é até 26 de novembro; nas ruas, protestos contra atrasos
Publicado: 19 Novembro, 2020 - 12h34 | Última modificação: 19 Novembro, 2020 - 12h43
Escrito por: Catarina Barbosa, do Brasil de Fato/Belém (PA)
O transformador de alta voltagem que promete restabelecer por completo a energia do estado do Amapá já está em fase de montagem, segundo informações da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE). O prazo de normalização segue sendo o dia 26 de novembro. Até lá, a população continuará no sistema de rodízio de energia elétrica de três em três horas.
Segundo a LMTE, o equipamento pesa 200 toneladas e foi transportado por balsa da subestação de Laranjal do Jari, no extremo sul do Amapá até a capital, Macapá, em uma viagem que durou 30 horas. Agora, o equipamento será testado e energizado.
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) disse que "assim que a empresa fizer a implantação, imediatamente será feito o trabalho de normalização".
O Amapá sofreu o segundo apagão no mês de novembro em todo o estado na noite desta terça-feira (17), segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que não sabe as causas do novo blecaute.
O primeiro apagão ocorreu no dia 3, quando um incêndio destruiu os equipamentos da subestação Macapá, da concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) e deixou 14 dos 16 municípios do Amapá no escuro por vários dias.
Protesto
Na noite desta quarta-feira (18), moradores de Macapá foram às ruas protestar contra a demora na normalização do serviço. Daniel Lima, um dos organizadores do Movimento SOS Amapá, confirma que a energia retornou em sistema de rodízio desde o novo apagão registrado na terça-feira (17).
"A energia está sendo restabelecida conforme o rodízio. Ele (o novo transformador) chegou na cidade, mas vai demorar de quatro a cinco dias para ser instalado e, assim, as coisas estão sendo retomadas. Aquele pânico de ter a energia indo e voltando está passando", diz Lima.
Para ele, "os protestos cumprem, neste momento de união popular, uma função pedagógica, porque as pessoas começam a perceber que ou elas votam certo ou começam a cobrar os representantes políticos do estado ou a qualquer momento um novo apagão pode acontecer e causar ainda mais sofrimento. Então, existe uma conscientização a partir dos protestos".
O morador diz que o movimento SOS Amapá continuará pressionando as autoridades para que a normalização seja executada o quanto antes.
TCU autoriza investigação sobre apagão
Na última quarta-feira (18), o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a instauração de um processo de investigação sobre as causas do apagão, que atingiu cerca de 750 mil amapaenses. A ministra Ana Arraes assinou o documento que autoriza a investigação.
A averiguação acerca dos fatos partiu de um pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A investigação dará conta não apenas das causas, mas também dos responsáveis pelo apagão.