Escrito por: Catarina Barbosa, do Brasil de Fato/Belém (PA)

Apagão no Amapá: transformador chega, mas população segue em rodízio de energia

Com equipamento em fase de montagem, prazo de normalização é até 26 de novembro; nas ruas, protestos contra atrasos

Amazônia Real

O transformador de alta voltagem que promete restabelecer por completo a energia do estado do Amapá já está em fase de montagem, segundo informações da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE). O prazo de normalização segue sendo o dia 26 de novembro. Até lá, a população continuará no sistema de rodízio de energia elétrica de três em três horas.

Segundo a LMTE, o equipamento pesa 200 toneladas e foi transportado por balsa da subestação de Laranjal do Jari, no extremo sul do Amapá até a capital, Macapá, em uma viagem que durou 30 horas. Agora, o equipamento será testado e energizado.

A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) disse que "assim que a empresa fizer a implantação, imediatamente será feito o trabalho de normalização".

O Amapá sofreu o segundo apagão no mês de novembro em todo o estado na noite desta terça-feira (17), segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que não sabe as causas do novo blecaute.

primeiro apagão ocorreu no dia 3, quando um incêndio destruiu os equipamentos da subestação Macapá, da concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) e deixou 14 dos 16 municípios do Amapá no escuro por vários dias.

Protesto

Na noite desta quarta-feira (18), moradores de Macapá foram às ruas protestar contra a demora na normalização do serviço. Daniel Lima, um dos organizadores do Movimento SOS Amapá, confirma que a energia retornou em sistema de rodízio desde o novo apagão registrado na terça-feira (17).

"A energia está sendo restabelecida conforme o rodízio. Ele (o novo transformador) chegou na cidade, mas vai demorar de quatro a cinco dias para ser instalado e, assim, as coisas estão sendo retomadas. Aquele pânico de ter a energia indo e voltando está passando", diz Lima.

Para ele, "os protestos cumprem, neste momento de união popular, uma função pedagógica, porque as pessoas começam a perceber que ou elas votam certo ou começam a cobrar os representantes políticos do estado ou a qualquer momento um novo apagão pode acontecer e causar ainda mais sofrimento. Então, existe uma conscientização a partir dos protestos".

O morador diz que o movimento SOS Amapá continuará pressionando as autoridades para que a normalização seja executada o quanto antes.
TCU autoriza investigação sobre apagão

Na última quarta-feira (18), o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a instauração de um processo de investigação sobre as causas do apagão, que atingiu cerca de 750 mil amapaenses. A ministra Ana Arraes assinou o documento que autoriza a investigação.

A averiguação acerca dos fatos partiu de um pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A investigação dará conta não apenas das causas, mas também dos responsáveis pelo apagão.