Apagão no INSS: Servidores entram no 15º dia de greve e governo não quer negociar
Categoria está há cinco anos sem reajuste e luta para repor o poder de compra, além de melhores condições de trabalho
Publicado: 08 Abril, 2022 - 14h42 | Última modificação: 08 Abril, 2022 - 14h48
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Em greve desde o dia 23 de março, reivindicando reposição de 19,99% nos salários, os servidores e servidoras do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estão há cinco anos sem reajuste, mantêm o apagão de atendimento nas agências, enquanto as lideranças sindicais negociam a pauta da categoria com autoridades do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quinta-feira (7), o Consórcio de Sindicatos do Seguro e Seguridade Social da CUT, representados por Vilma Ramos, diretora da Secretaria-Geral do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), e por João Torquato, diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Distrito Federal (Sinprev-DF), se reuniu com representantes dos ministérios da Economia, Trabalho e Previdência e da Diretoria de Gestão de Pessoas e Administração (DGPA) para reafirmar a necessidade da abertura de negociação da pauta específica com as reivindicações da categoria e não ignorar a greve e sinalizar com mais dificuldade para abertura de negociação.
A intransigência do governo levou os servidores de SP, que estavam em assembleia virtual, a decidirem manter a paralisação e marcar uma nova assembleia virtual para a próxima quarta-feira (13), às 17 horas.
Também foi aprovado a intensificação do diálogo nos locais e grupos virtuais de trabalho para atrair cada vez mais servidores para o movimento.
“Vamos continuar nos organizando porque sem luta não tem vitórias. O governo não quer negociar. Por isso, os servidores devem pressionar e neste momento o apagão do INSS deve ganhar força em toda a categoria”, disse Vilma Ramos.
Na quarta, dia 6, os representantes do Consórcio se reuniram com o novo ministro do Trabalho para dar continuidade à discussão da pauta específica entregue ao ex-ministro, Onix Lorenzoni, que deixou o cargo para se candidatar às próximas eleições sem dar uma resposta para categoria.
Os representantes do Consórcio não só expuseram cada ponto dessa pauta específica, como também relataram a posição do governo de não abrir diálogo com as representações sindicais dos servidores públicos federais, na reunião da última terça-feira (5), com o Secretário Adjunto da Secretaria de Gestão e o Coordenador Geral de Relações do Trabalho.
A representação do Consórcio de Sindicatos foi bem enfática na afirmação de que há necessidade do INSS e do Ministério do Trabalho e Previdência terem uma posição mais proativa no sentido de resolver as reivindicações dos servidores, reivindicações essas que levaram os trabalhadores da Autarquia para a greve.
Outro ponto discutido foi a necessidade urgente, entre o Ministério e o INSS, de uma mesa efetiva de negociação para discutir as pautas que estão no âmbito do INSS, por exemplo, a “supermeta”.
O comando do Consórcio está fazendo gestões no parlamento para que o Ministério da Economia reabra o diálogo com as entidades sindicais de forma urgente, já que a greve dos servidores do INSS é culpa única e exclusiva deste governo, que optou em ignorar as demandas dos servidores, bem como do INSS para atender à população, diz nota publicada no site do SINSSP.
Confira as reivindicações dos servidores:
- Recomposição salarial data-base;
- Reajuste salarial de 19,99%;
- Reajuste dos auxílios alimentação, creche e saúde;
- Reestruturação da carreira típica de estado para o seguro social;
- Nível superior para ingresso ao cargo de técnico do Seguro Social;
- Rediscussão dos processos de trabalho;
-Fim dos adicionais de meta para o teletrabalho;
-Auxílio teletrabalho para o uso de internet, energia, mobiliário e equipamentos - Jornada de 30 horas semanais para o atendimento de qualidade para a população;
-Fim da terceirização do INSS;
-Concurso público;
-Derrubada do veto de R$ 1 bilhão do orçamento do INSS;
- Não ao fechamento das Agências do INSS e;
- Defesa do direito ao atendimento presencial ao cidadão nas unidades do órgão.