Apesar do carnaval cancelado, Brasil registra aglomerações em várias partes do país
Neste domingo, foram 1.105 mortes por dia na última semana. A maior média era de 1.097 mortes, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país
Publicado: 15 Fevereiro, 2021 - 12h10 | Última modificação: 15 Fevereiro, 2021 - 14h20
Escrito por: Redação CUT
Perto de atingir 10 milhões de casos de Covid-19, o Brasil ainda vive aglomerações, desrespeito ao uso de máscara e praias lotadas neste feriado de carnaval. Isso no dia em que o país registrou a maior média móvel de mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Neste domingo (14), foram 1.105 mortes e a maior média era de 1.097, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
Nas últimas 24h, o país registrou 647 óbitos causados pela doença e 22.440 novos casos, somando 239.294 mortes e 9.833.695 pessoas infectadas desde fevereiro de 2020. Nos últimos dias, porém, os registros foram ainda mais altos, já que aos finais de semana e nas segundas-feiras é comum que os números sejam mais baixo devido aos plantões nas pastas estaduais. Na quinta-feira (11), por exemplo, 1.452 pessoas morreram em um único dia, o que mostra que a pandemia está em ritmo acelerado.
Epidemiologistas temem que o período, a despeito do cancelamento de festividades em várias partes do país e acompanhado de um ritmo lento de vacinação, provoque um novo repique nos moldes das festas de fim de ano e agrave um cenário que já é crítico.
São Paulo
Em São Paulo, mesmo com o cancelamento do ponto facultativo de carnaval no estado e a adoção de regras para banhistas e comerciantes para conter a pandemia, as praias do litoral paulista registraram grande movimento neste sábado. Guarujá, por exemplo, as praias estiveram cheias mesmo com o tempo nublado.
O uso de máscara se tornou raridade nas areias nas praias de Santos, Guarujá e São Vicente.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, do Leblon à Maré, praias lotadas. Em 2020, o Leblon virou símbolo do descaso com a pandemia que, até aqui, já fez mais de 31 mil vítimas. A noite as ruas do bairro enxameou de gente com a reabertura de bares e restaurantes após três meses de quarentena.
Neste período que, num ano normal, a Região seria tomado por blocos carnavalescos pelas ruas da cidade, não foi diferente. Uma operação da secretaria municipal de Ordem Pública interditou na noite deste sábado (13) o Bosque Bar, um bar temporário ao ar livre sediado pelo Jockey Club, na Gávea, que é vizinha ao Leblon.
Casas noturnas em Copacabana e na Barra da Tijuca, na zona oeste, também entraram na mira das autoridades.
Na quadra da escola de samba Unidos da Tijuca, a folia acabou antes mesmo de começar. A agremiação carnavalesca avisou em nota: "Por determinação da Prefeitura do Rio através da Secretaria de Ordem Pública e Vigilância Sanitária, cancelaremos o evento Roda de Samba do Vou Pro Sereno, o Pagode do Mestre com a Feijoada Nota 10 da Unidos da Tijuca que aconteceria neste domingo”.
Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo as ações municipais que envolvem prefeitura, guarda municipal e vigilantes sanitários fiscalizaram 11 estabelecimentos e interromperam quatro deles por aglomeração e falta de licenciamento.
O domingo (14) ensolarado colaborou para abarrotar a orla carioca. A praia do Leblon, por exemplo, lotou de pessoas, sobretudo jovens. Achar alguém com máscara era um desafio.
Rio Grande do Norte
Mesmo com a proibição de eventos de carnaval no Rio Grande do Norte, vários casos foram registrados desde a última sexta-feira (12), principalmente em Natal e na famosa praia da Pipa no município de Tibau do Sul. A Polícia Militar informou que registrou pelo menos 16 aglomerações neste sábado (13) em todo o estado, mas não especificou as localidades. Não houve presos.
Em Natal, capital do estado, a prefeitura interditou um evento de rua com aglomeração de cerca de 200 pessoas. A Guarda Municipal de Natal informou que realizou fiscalização conjunta com outros órgãos municipais e estaduais, que resultou em apreensões de equipamento de som, interdição de bloco carnavalesco e notificações de bares.
Rio Grande do Sul
Aglomerações em ruas e em uma lancha foram dispersadas durante a madrugada deste domingo (14) de carnaval em Porto Alegre. Uma força-tarefa terminou com as aglomerações registradas em bares e na Orla Moacyr Scliar, onde uma lancha, com som alto no rio, atraía pessoas para a beira da água.
A Prefeitura de Porto Alegre montou uma operação de segurança para o carnaval. Apesar de não ser feriado, a Guarda Municipal está atuando na fiscalização para evitar aglomerações nas ruas. Blocos e escolas de samba não podem promover desfiles. Estão proibidas também as festas em clubes e associações.
Ceará
Na noite deste sábado (13), a Polícia Militar encerrou uma festa com dezenas de pessoas em uma chácara em um município do interior do estado. Os agentes foram até o local, onde encontraram dezenas de pessoas aglomeradas e sem respeitar o distanciamento social. A PM também flagrou pessoas sem o uso de máscaras. Três pessoas foram conduzidas à delegacia e registrados como casos de infração do decreto destinado a impedir a propagação de doença contagiosa.
Já na capital, Fortaleza, a Praça da Gentilândia, o Polo da Mocinha e o Mercado dos Pinhões, locais que costumam ficar lotados em dias de carnaval, amanheceram vazios no sábado (13). As festas estão proibidas em todo o estado e o comércio não essencial tem horário restrito de funcionamento.
Paraná
Agentes da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) interromperam o funcionamento de um bar flagrado com cerca de 50 pessoas na madrugada deste domingo (14), em Ponta Grossa, no Paraná. Conforme balanço da Polícia Militar, entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, outros cinco estabelecimentos também foram notificados por descumprirem as medidas contra a pandemia da Covid-19.
Com informações de Agências