Empresa de Pindamonhangaba (SP) afirmou que não haverá mais atrasos
Três centrais sindicais e mais de 10 sindicatos se uniram na sexta-feira, dia 24, para cobrar soluções da empresa Nobrecel, em Pindamonhangaba. Após quatro horas de paralisação da fábrica, a direção da empresa abriu espaço para negociação e se comprometeu a quitar o restante do salário atrasado de fevereiro até a próxima quarta-feira, dia 29, e afirma que não haverá mais atrasos.
Segundo o dirigente sindical metalúrgico Valdir Augusto, que representa a sub-sede da CUT em Pinda, uma comissão foi formada com a participação de vários sindicatos papeleiros, inclusive do presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo, Ozano Pereira da Silva.
“A fábrica abrir negociação já é um avanço, pois até então os trabalhadores não tinham sequer informação, nem da empresa e nem do sindicato deles. Essa comissão vai se reunir novamente com a empresa no dia 29 para discutir os outros itens da pauta”, disse Valdir, que também informou a intenção da Federação em criar um escritório em Pinda para atender trabalhadores demitidos nos seus processos trabalhistas.
A empresa também se comprometeu em não descontar as horas paradas dos trabalhadores e não praticar retaliação aos funcionários que aderiram ao movimento.
Reivindicações.Entre os principais itens da pauta de reivindicações estão o pagamento de salários atrasados, férias, 13º salário e rescisões trabalhistas, além do retorno do convênio médico, que foi cancelado por falta de pagamento da Nobrecel.
Segundo Valdir, também há revolta dos trabalhadores sobre a falta de comunicação por parte da empresa, que não se pronuncia sobre sua real situação financeira nem sobre o processo de recuperação judicial de crédito, de nº 445.01.2012.000764-9, que ela pediu ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e o mesmo o concedeu.
União.O movimento reúne a CUT – Central Única dos Trabalhadores, a Nova Central Sindical e a Força Sindical, além de mais de 10 sindicatos de diversas categorias.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda-CUT, Romeu Martins, ressaltou a importância do sindicato estar engajado nas grandes questões do município. “Foram muitas as denúncias que recebemos dos trabalhadores da Nobrecel, por isso buscamos a Federação, juntamente com o Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, e estamos oferecendo todo nosso apoio. Trabalhador sem salário não pode jamais acontecer em nossa cidade.”
Atualmente, a Nobrecel emprega cerca de 300 funcionários na produção e comércio de papel, celulose e derivados.