Após críticas de especialistas, ministério recua e recomenda vacinar adolescentes
O Conass, que participa das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações, também se manifestou contra e divulgou nota afirmando que a "vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária"
Publicado: 21 Setembro, 2021 - 12h36 | Última modificação: 21 Setembro, 2021 - 12h50
Escrito por: Redação CUT
Após ter paralisado a vacinação de todos os adolescentes de 12 a 17 anos dos país, com ou sem comorbidades, sem nenhum amparo científico, o Ministério da Saúde publicou uma nota recuando da decisão, mas não resolveu a polêmica.
É que, segundo a nota, só podem ser vacinados os adolescentes com comorbidades, com deficiência permanente e os que estejam privados de liberdade.
A postura do Ministério da Saúde mudou após duras críticas de especialistas e infectologistas após a pasta recomendar no dia 2 de setembro que a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15 fosse suspensa.
Para os especialistas, há um descompasso entre as determinações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com os critérios técnicos. Segundo eles, a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 já se comprovou eficiente e necessária no Brasil e no mundo.
Mais de 20 estados ignoraram a orientação do Ministério da Saúde e mantiveram a vacinação de adolescentes sem comorbidades, como orientam os especialistas.
Entre os críticos às decisões de Queiroga estão membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que participam das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações. O Conass se manifestou contra e divulgou nota afirmando que a "vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária".
O Conass e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) solicitaram posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a aplicação da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos. Até agora a Anvisa nãos e posicionou.
Mortes
Nesta segunda-feira (21), o Brasil registrou 248 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando 591.034 vidas perdidas desde o início da pandemia.
Seis estados apareces com tendência de alta nas mortes: Roraima, Amapá, Tocantins, Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro.
O estado do Acre não registrou casos nem mortes em 24 horas. Já Ceará, Roraima e Sergipe não registraram mortes em seus boletins do último dia.
Casos confirmados
O número de casos registrados em 24 horas caiu devido à remoção de mais de 12 mil diagnósticos no balanço do Ceará, que fez uma recontagem nos números.
Desde o começo da pandemia, 21.234.372 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus. Deste total, 2.389 foram confirmados em 24 horas. Mais da metade dos brasileiros adultos estão vacinados contra a Covid-19
Metade dos brasileiros adultos, ou seja, cerca de 50,84% do total — já completou o ciclo de imunização contra a Covid-19, segundo levantamento da CNN Brasil.
O ciclo completo das vacinas originalmente ofertadas em duas doses, ou a dose única, no caso da vacina da Janssen.
Se considerada a população total, incluindo os menores de 18 anos, o percentual de imunização vai a 38%.
De acordo com infectologistas, o número ainda não é confortável para se falar em pandemia finalmente contida, o que se daria apenas quando esse número chegar a 80% de pessoas totalmente imunizadas.