Após privatização, empresa de saneamento quer demitir dirigentes sindicais, em AL
Presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão, ataca movimento sindical e sinaliza demitir dirigentes, contrariando a legislação trabalhista que prevê estabilidade a sindicalistas
Publicado: 29 Janeiro, 2021 - 15h02 | Última modificação: 29 Janeiro, 2021 - 15h08
Escrito por: Sandra Sena, CUT-AL
Em atitude de perseguição ao movimento sindical, o presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão, vem apresentando a proposta de retirar a garantia de emprego de trabalhadores e trabalhadoras que dedicam suas vidas a serviço do povo alagoano, assim como lutam há décadas, por condições justas e dignas para cada trabalhador e trabalhadora da empresa de saneamento do estado de Alagoas.
Nesse momento tão conflituoso da conjuntura e economia brasileira, sobretudo com o crescimento do desemprego em todas as regiões do país, Clécio indica a demissão de trabalhadores e trabalhadoras sindicalistas como principal alternativa de sua gestão.
Como se não bastassem os resultados negativos de um perverso processo de privatização, a empresa agora ataca o movimento sindical, à democracia e aos direitos garantidos pela constituição federal, esquecendo que o artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante que a estabilidade no emprego dos dirigentes sindicais. O artigo prevê:
- 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 7.543, de 2.10.1986)
No último dia 21 de janeiro, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas apresentou ao deputado federal, Paulão (PT/ AL) as preocupações relativas à privatização e aos processos transitórios da Casal para BRK. Na conversa, o deputado colocou-se à disposição para fiscalizar e contribuir para a garantia de direitos.
Na quarta (27), o representantes do sindicato se reuniram novamente com o presidente da Casal, que deixou evidente sua intenção nas demissões. A presidenta do Sindicato dos Urbanitários afirma que “essa medida é inaceitável. Iremos às últimas consequências para garantir a liberdade sindical, garantia conquistada em todos os países livres e democráticos”
"Caso não haja recuo por parte da direção da Casal, não só os Urbanitários, mas todo o movimento sindical alagoano irá para as ruas protestar contra esse ataque, que atinge a todos os sindicatos alagoanos", afirmou Rilda Alves, presidente da CUT Alagoas.