Escrito por: Redação CUT
Movimentos sociais e políticos vão receber o brasileiro com marchas de protestos, atos e faixas com dizeres como "Argentina rechaça Bolsonaro. Teu ódio não é bem-vindo aqui"
Representantes de movimentos sociais e políticos da Argentina estão convocando manifestações de repúdio à visita de Jair Bolsonaro (PSL) a Buenos Aires nesta quinta-feira (6).
De acordo com a Prensa latina, entre as entidades que estão à frente dos atos em defesa da soberania e em prol da solidariedade latino-americana estão a Assembleia Popular Feminista, Cine Migrante, Coletivo Passarinho, Estudantes Migrantes da Universidade de Buenos Aires, a Frente Milagro Sala, a Garganta Poderosa e o Movimento Evita.
Já a Frente de Esquerda - integrada pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas, o Partido Operário e a Esquerda Socialista - repudiou a visita de Bolsonaro. De acordo com nota da frente, o brasileiro vai se reunir com Macri 'para reforçar as políticas de ajuste, submissão ao FMI e ao imperialismo e os pagamentos da dívida que ambos governos vêm implementando'.
Teu ódio não é bem-vindo aqui
Em sua primeira visita ao país, depois que assumiu o cargo em janeiro, o presidente de extrema direita brasileiro, que liderou uma onda de ódio e intolerância contra negros, pobres, LGBTs e petistas, será recebido na Casa Rosada pelo presidente conservador e neoliberal argentino, Mauricio Macri. Depois, deverá visitar o Congresso e a Corte Suprema de Justiça, além de participar de um encontro com empresários.
Do lado de fora, os manifestantes farão uma marcha e se concentrarão na Praça de Maio, que fica perto da sede da presidência da Argentina, de onde entoarão suas palavras de ordem, entre elas, a "Argentina rechaça Bolsonaro. Teu ódio não é bem-vindo aqui".
A Central dos Trabalhadores da Argentina e a Associação de Trabalhadores do Estado divulgaram nota sobre a agenda dos dois presidentes. Segundo a nota, eles vão discutir "uma agenda bilateral que prevê temas como a reestruturação do Mercosul, a Venezuela e as eleições presidenciais na Argentina".
Protestos contra Bolsonaro
Em maio, Bolsonaro cancelou ida a Nova York, onde receberia o prêmio “Pessoa do Ano”, oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, depois que o prefeito Bill de Blasio protestou contra sua ida à cidade. Blasio chegou a chamar o brasileiro de “ser humano perigoso”, disse que ele não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.
O Museu Americano de História Natural desistiu de sediar o jantar após críticas da comunidade acadêmica e do prefeito. Dias depois, o prêmio foi entregue sem muita pompa em Dallas.