Artistas e intelectuais realizam na quinta-feira ato contra o genocídio em Gaza
Manifesto que fundamenta o ato na USP pede que o governo brasileiro revogue todos os acordos militares e de segurança mantidos com Israel
Publicado: 07 Novembro, 2023 - 14h22 | Última modificação: 07 Novembro, 2023 - 14h27
Escrito por: RBA
O comitê USP pela Democracia e um grupo de intelectuais e artistas brasileiros vai realizar na quinta-feira (9), às 18h, um ato em defesa da libertação da Palestina e pelo imediato cessar-fogo do exército israelense em Gaza. O protesto contra o genocídio da população Palestina será realizado no auditório Milton Santos, no prédio da História e Geografia, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo.
O ato é fundamentado por um manifesto que pede um basta ao genocídio em Gaza. “Estamos diante de um momento na História em que silenciar-se equivale a compactuar com um dos mais brutais genocídios que a humanidade já viu. A contagem dos mortos cresce num compasso que desafia a imaginação. A cada dez minutos, uma criança é enterrada sob os escombros”, diz o manifesto.
“Em três semanas, contabilizam-se 8 mil mortos, sem contar as centenas cujos nomes não foram registrados porque permanecem anônimos debaixo de pilhas de concreto e arame retorcido. As crianças marcam seus nomes nos braços para não virarem números, para que suas identidades possam ser preservadas em algum registro, alguma memória. Não há mais cemitério na Faixa de Gaza, apenas valas comuns. Não há mais ingenuidade, nem infância, pois os jovens que restam estão traumatizados pelo resto de suas existências”, continua o texto dos artistas e intelectuais.
Diante da falência do sistema internacional, da cumplicidade e conivência da União Europeia, do apoio incondicional e ultrajante dos Estados Unidos, o documento defende que o governo brasileiro tome medidas, como revogar “imediatamente todos os acordos militares e de segurança já firmados com o Estado de Israel”. Pede também que apoie a reativação do Comitê da ONU contra o crime de apartheid, para que ele possa averiguar e encaminhar para julgamento o caso atualmente em curso no território da Palestina histórica.