Escrito por: CUT-RS
Diálogo reúne centrais sindicais, federações empresariais e governo do estado para tratar do reajuste do salário mínimo regional de 2022
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Valdeci Oliveira (PT), retoma na manhã desta quarta-feira (13), às 10h, a mesa de diálogo, que reúne centrais sindicais, federações empresariais e governo do estado, para tratar do reajuste do salário mínimo regional de 2022. Será a terceira rodada entre as partes. As duas primeiras ocorreram em 16 e 30 de março.
Com data-base em 1º de fevereiro, as centrais entregaram ao governo Eduardo Leite (PSDB), em 15 de fevereiro, a reivindicação de 15,58%, que considera a reposição de 10,60% referente à variação do INPC de 2021 até janeiro deste ano e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Nossa proposta de reajuste já foi apresentada e representantes patronais voltaram a defender reajuste zero como fizeram em 2020, enquanto o governo continua em silêncio, prejudicando cerca de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras que perdem renda para comprar alimentos e enfrentar a alta da inflação”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
A terceira rodada será a primeira após a renúncia do ex-governador tucano, que deixou o Palácio Piratini sem nunca ter recebido as centrais para dialogar sobre o chamado piso regional e muito menos ter enviado projeto de lei de reajuste deste ano aos deputados.
RS paga menor piso regional no Sul do Brasil
Leite deixou o Estado na lanterna do mínimo regional no Sul do Brasil. Segundo estudo do Dieese, o RS paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.
Confira a tabela comparativa dos três estados do Sul
Segundo Amarildo, “a lanterna do piso regional é fruto da ausência de aumento neste ano e do reajuste zero aplicado em 2020 no RS, ao mesmo tempo em que os estados vizinhos concederam reposição da inflação e até ganhos reais aos trabalhadores e às trabalhadoras que recebem os menores salários mesmo durante a pandemia”.
Para o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, “o achatamento do piso regional significa também uma apropriação indevida da renda do trabalhador e da trabalhadora pelas empresas, no exato momento em que disparou a inflação, sobretudo diante dos preços abusivos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha por conta da política do governo Bolsonaro que atrelou os combustíveis ao dólar”.
“Esperamos que os representantes do novo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) não venham de mãos vazias e tragam uma proposta de reajuste ao piso regional que reponha as perdas inflacionários para os menores salários pagos no Estado”, projeta Antonio.
Também participa da mesa de diálogo a presidente do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda, Maria Helena Oliveira, que tem destacado a importância desse fórum tripartite para tratar do reajuste do piso regional, a exemplo das boas experiências do Paraná e Santa Catarina.