Escrito por: Redação CUT
Juan Grabois, que foi a Curitiba em missão religiosa, lamentou a prisão política de Lula e a deterioração da democracia no Brasil. Boulos afirmou que defender a liberdade de Lula é defender a democracia
A vigília Lula Livre, instalada nas proximidades da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde 7 de abril, recebeu nesta segunda-feira (11) a visita do pré-candidato à presidência pelo Psol, Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) e do assessor do Papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois. O assessor do Papa foi impedido de visitar o ex-presidente.
“Lamentavelmente, de maneira inexplicável, os funcionários, por uma ordem de cima, decidiram cercear o direito de Lula e meu direito de nos encontrarmos com o argumento que não poderiam comprovar o caráter religioso do encontro”, disse Juan.
“Vim trazer um rosário e trazer a palavra do papa com resoluções sobre encontros com movimentos sociais. Estou muito preocupado com a situação. Considero que estamos claramente diante de uma prisão política aonde há uma deterioração da democracia no Brasil. Essa inexplicável negativa de permitir uma visita pactada de antemão é parte de um processo de degradação da institucionalidade", completou Juan Grabois lembrando que já realizou tal tipo de visitas em outras ocasiões, em outros lugares do mundo, e que nunca havia recebido tal tratamento.
"Visitei presos em situações similares em diferentes lugares e nunca tive uma negativa dessa natureza. O mais importante é que pude entregar o rosário. Saio daqui triste, mas com esperança de que teremos justiça." Além do terço, o mensageiro deixou uma carta para Lula.
Já Boulos, aproveitou a visita para criticar a seletividade de parte do Poder Judiciário e a farsa de todo o processo do caso do Tríplex do Guarujá, que o juiz Sérgio Moro usou para condenar Lula sem provas com o objetivo claro de tirar o ex-presidente do processo eleitoral.
"Enquanto isso, vemos gente com provas abundantes, mas sem punição. De um lado, temos punição sem prova. Do outro tem prova sem punição. Tá aí o [golpista e ilegítimo presidente] Michel Temer, que tem gravação no porão do Palácio [do Planalto] comprando o silêncio do [Eduardo] Cunha [ex-presidente da Câmara dos Deputados], tem o braço-direito dele com mala de dinheiro no meio da calçada, e está dirigindo o país lá em Brasília. Está aí Aécio Neves, com gravações altamente comprometedoras, e continua no Senado Federal", disse Boulos.
"Contra o Lula, não há qualquer prova e ele está preso aqui em Curitiba”, continuou o pré-candidato, afirmando que, por isso, defender a liberdade de Lula é fazer a luta democrática.
“Não se trata de ser eleitor do Lula, militante do PT – sou pré-candidato à presidência da República pelo Psol – trata-se de defender a democracia brasileira e ser contra a politização do Judiciário. É disso que se trata", concluiu.