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Associação alemã alerta suas multinacionais: não invistam num Brasil fascista

Entidade pede para empresários não repetirem erros do passado quando apoiaram a ditadura militar no Brasil. É preciso valorizar democracia e as minorias

Publicado: 30 Agosto, 2018 - 18h02 | Última modificação: 30 Agosto, 2018 - 18h07

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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A Associação de Acionistas Éticos da Alemanha, uma das principais entidades empresariais do país, divulgou uma nota alertando as multinacionais filiadas: não repitam erros do passado, quando apoiaram a ditadura militar no Brasil, e não invistam em um Brasil fascista.

O crescimento da ameaça fascista no Brasil, representada pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), tem assustado a Europa. Um aviso importante foi dado pela Associação de Acionistas Éticos da Alemanha, entidade cujos membros usam ações de empresas registradas no índice alemão de ações para incentivar posições a favor dos direitos humanos e da proteção ambiental.

A organização classificou a candidatura de Bolsonaro como "fascista" e está exigindo que as empresas alemãs adotem uma posição mais firme contra a Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil, cujo presidente Robson Andrade, tem dado declarações de apoio à candidatura de Bolsonaro.

O alerta quanto aos riscos da candidatura de Bolsonaro foi publicado pela empresa pública de informação alemã Deutsche Welle, uma das maiores da Europa, que entrevistou Christian Russau, membro do conselho da associação.

"É inacreditável: parece que os empresários estão preocupados apenas com negócios e lucros e sem interesse em valores democráticos e respeito pelas minorias. Não se deve tratar levemente a democracia e a ditadura,” disse Russau.

E mais: “Ninguém pode fingir que não viu nada e permitir que tais eventos aconteçam. Caso contrário, nos encontraremos de repente em uma era pré-fascista", afirmou.

Russau lembrou ainda que empresas alemãs apoiaram a ditadura militar brasileira e obtiveram altos lucros no período. 

Com apoio Brasil247