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Atacadas por Bolsonaro, mulheres conquistaram direitos com Lula e Dilma

Antecipando o 8M deste ano, deputada Gleisi Hoffmann destaca histórico de violência misógina do atual presidente, e lembra que mulheres estiveram no centro das políticas públicas nas gestões petistas

Publicado: 03 Março, 2022 - 09h11 | Última modificação: 03 Março, 2022 - 16h21

Escrito por: Tiago Pereira, da RBA

Tomaz Silva/EBC
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Em manifestação pela proximidade do Dia Internacional da Mulher, na próxima terça-feira (8), a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), relembrou nesta quarta (2) os ataques misóginos em série que caracteriza a trajetória do presidente Jair Bolsonaro. Em contrapartida, a dirigente lembrou avanços sociais obtidos pelas mulheres durante os governos Lula e Dilma. Segundo ela, nesse período, as mulheres estiveram no centro das políticas públicas do Estado. As leis Maria da Penha e do Feminicídio e o Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher foram algumas das conquistas destacadas.

Para Gleisi, o histórico de agressões de Bolsonaro contra as mulheres “não é novidade e acontece faz tempo”. Ela lembrou que, em 1998, ele esmurrou uma mulher e o caso foi parar na delegacia. Posteriormente, em 2014, o então deputado disse que contratar mulher não vale a pena, pois ela pode engravidar.

“Bolsonaro já defendeu que mulheres tenham salário menor do que os homens alegando que o empregador sai perdendo porque a trabalhadora pode tirar licença maternidade. Quer mais misoginia que isso?”, tuitou Gleisi.

Por outro lado, ela lembrou que foi o PT que criou, em 2003, a Secretaria de Política para as Mulheres, com status de ministério. Além disso, as políticas públicas eram definidas em conferências nacionais, com participação popular. Dentre outras políticas prioritárias para o enfrentamento, Gleisi também destacou a Casa da Mulher Brasileira. Lembrou, ainda, que o SUS passou a realizar cirurgias reparadoras para mulheres vítimas de violência.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) também convoca para esta noite uma mobilização virtual intitulada “Pela Vida das Mulheres”, com a hashtag #8MFora Bolsonaro. Trata-se de um esquenta para as manifestações organizadas por coletivos feministas para marcar o Dia Internacional da Mulher.

Histórico de agressões

Com a finalidade de destacar a misoginia de Bolsonaro, o PT compilou várias agressões contra as mulheres pelo atual presidente. A lista contempla mais de 20 anos de episódios de flagrante machismo. Em 1998, por exemplo, durante campanha para deputado, ele deu um murro na cabeça de uma funcionária de uma empresa que prestava consultoria jurídica ao Exército.

Em outra ocasião, em 2011, Bolsonaro agrediu verbalmente a cantora Preta Gil, durante um programa de televisão. Ela perguntou o que ele faria se um dos seus filhos se apaixonasse por uma negra. “Ô, Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. E meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu.

No mesmo ano, Ana Cristina Valle, sua ex-mulher, acusou Bolsonaro de tê-la ameaçado de morte. A informação consta numa publicação diplomática da Embaixada do Brasil na Noruega, que queria saber porque ela havia se mudado para o país europeu com o filho, então adolescente, sem autorização expressa do pai. Foi quando ela revelou a ameaça. No ano seguinte, Bolsonaro admitiu na televisão ter batido numa mulher. “Era garoto, uma menina forçou a barra para cima de mim”, tentou justificar o parlamentar, na ocasião.

Bolsonaro x Maria do Rosário

Em dezembro de 2014, Bolsonaro atacou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), numa das cenas mais conhecidas e reveladoras de seu machismo. No Salão Verde da Câmara, área anexa ao plenário da Casa, ele disse que a parlamentar não “merecia” ser estuprada. Também a chamou de “vagabunda”. Em agosto de 2017, ele foi obrigado a pagar R$ 10 mil de indenização à deputada por danos morais. Além disso, teve que se retratar na imprensa e nas redes sociais. Maria do Rosário doou o valor recebido a sete entidades de defesa dos direitos das mulheres.

Desigualdade salarial, “fraquejada” e mais

O material lembra também quando Bolsonaro, em entrevista ao o jornal Zero Hora, em 2014, defendeu a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Isso porque, em sua visão, elas engravidam e têm direito à licença maternidade. Em 2017, detratou a própria filha, ao dizer que ela tinha sido fruto de uma “fraquejada“, após uma sequência de quatro filhos homens.

Na campanha de 2018, tentou negar o histórico de ataques misóginos. Mas, ao tomar posse, tripudiou do fato de contar com apenas duas mulheres no seu ministério. Do mesmo modo, durante o governo, se notabiliza por seguidas agressões verbais a mulheres jornalistas. Além de tudo isso, já chegou a estimular o turismo sexual no Brasil.

Apesar de seu histórico grosseiro, que certamente será lembrado nos atos do próximo Dia Internacional da Mulher, mais recentemente disse não acreditar nas pesquisas que revelam elevada rejeição ao seu nome entre o eleitorado feminino. Confira a lista completa de ataques.