Escrito por: Marize Muniz
A maioria das lideranças políticas, artistas, acadêmicos e Adolfo Perez Esquivel manifesta solidariedade. Parlasul repudia atentado. As exceções foram as de sempre: Alckmin, Doria, Bolsonaro e seus seguidores
O ataque a tiros à caravana #LulaPeloSul nesta terça-feira (27) repercutiu no Brasil e no mundo. A maioria das reações, tanto por meio de notas e reportagens quanto por postagens nas redes sociais, foi de solidariedade ao ex-presidente Lula e à comitiva que acompanha a caravana. Eles já enfrentaram a fúria de fascistas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que, armados com pedras, ovos, chicotes e muito ódio e intolerância, atacaram aqueles que pensam diferente.
Jornais como o New York Times, dos Estados Unidos, a rede europeia Euronews e a imprensa de Portugal relataram a tensão e a escalada de violência. No ‘Le Monde’, a manchete foi: “ataque à caravana de Lula revela país despedaçado e sem diálogo”.
Pelo Twitter, o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, manifestou solidariedade e repudiou os atos criminais da direita brasileira contra o compnaheiro Lula.
Os presidenciáveis de partidos de esquerda estão propondo unidade para responder ao que chamam de “manifestações fascistas” contra o ex-presidente Lula. A ideia é que integrantes do PT, do PSOL, do PC do B e do PDT se reúnam para discutir uma reação conjunta à escalada de violência na política, segundo a Folha de S.Paulo desta quarta.
Em nota, a bancada Progressista do Parlamento do Mercosul (Parlasul) repudiou o atentado e expressou “solidariedade a Lula e aos camaradas que sofreram este novo ataque fascista”. Segundo a nota, a escalada da violência é sequência do “golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, em 2016, que já tirou a vida de dezenas de militantes e líderes de esquerda, como as recentes mortes da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, no Rio de Janeiro”.
A nota segue dizendo que “estes ataques também ocorrem no contexto de uma campanha eleitoral irregular que busca inviabilizar a candidatura de Lula através de um processo judicial sem qualquer garantia” e encerra fazendo um apelo pela a vida dos líderes petistas.
“Nós advertimos que o contexto de intolerância fascista e violência continuará crescendo se as autoridades públicas do país e as organizações internacionais de direitos humanos não fizerem um apelo claro para respeitar a vida dos seus líderes”.
Leia a integra da nota do Parlasul.
Manifestações nas redes sociais
A maioria das postagens nas redes sociais também foi de solidariedade e preocupação com a escalada de violência contra Lula e sua comitiva, com as exceções de sempre: os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Jair Bolsonaro insinuaram que o próprio PT era culpado pelo ataque fascista. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que deixará o cargo no dia 7 de abril para se candidatar a governador do Estado, foi na mesma linha. Declarou à imprensa que "o PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência".
Mas, os aplausos ao fascismo não prosperaram. Com a repercussão negativa, pelo menos Alckmin tentou se redimir nesta quarta. Pelas redes sociais, ele disse que "toda forma de violência tem de ser condenada".
Por outro lado, acadêmicos, professores, artistas e políticos de vários partidos ocuparam as redes sociais com críticas ao ataque, manifestações de solidariedade e apoio a Lula e sua comitiva.
Elika Takimoto, professora e blogueira, criticou, no Twitter, aqueles que estão acusando a esquerda de exagerar nas denúncias de aumento do fascismo no Brasil.
Manuela D’Àvila (PC do B-RS), candidata a presidente, foi direta sobre os tiros contra a caravana de Lula: “O nome disso é atentado. O nome disso é fascismo”.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) falou em atentado contra a democracia.
Pablo Ortellado, professor da USP, cobrou um posicionamento firme e rápido das forças políticas.
A atriz Patrícia Pillar disse que pensa diferente de Lula, mas não pode admitir atentados contra quem pensa diferente.
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