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Até o FMI reconhece que União Europeia exagerou com Grécia

Economista Jeffrey Sachs, por sua vez, diz que acordo deixa Europa a ponto de “desmoronar”

Publicado: 14 Julho, 2015 - 16h58 | Última modificação: 14 Julho, 2015 - 17h30

Escrito por: Isaías Dalle

Makis Sinodinos - Fotos Públicas
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População comemora a vitória do

Em relatório reservado, que veio a público nesta terça-feira, 14, por intermédio da agência de notícias Reuters, o FMI afirma que a Grécia precisaria de um alívio de sua dívida bem maior do que as condições impostas pela União Europeia. O Fundo propunha que o prazo para o pagamento da dívida grega deveria ter uma carência de 30 anos, passando por uma “profunda” reestruturação.

O relatório havia sido enviado para os negociadores da União Europeia antes do início da última reunião com os representantes do governo grego. Isso significa que a posição do FMI, menos “austera” que a do próprio Banco Central Europeu, já era conhecida por quem colocou a Grécia contra a parede na mais recente rodada de negociações, ontem. Esta última informação foi veiculada pelo jornal português “Económico”.

"A deterioração dramática da sustentabilidade da dívida indica a necessidade de alívio de dívida em uma escala que precisaria ir muito além do que tem estado sob consideração até agora --e o que foi proposto pelo ESM", disse o FMI, em referência ao fundo de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), diz trecho do relatório.

O economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade Columbia e assessor da Presidência da ONU afirmou, em entrevista publicada nesta terça pelo portal do francês “Libération”, que a “vaidade e o cinismo de um punhado de banqueiros”  fará a Europa desmoronar. Para ele, as aflições que hoje a União Europeia impõe hoje à Grécia se voltarão contra os demais países.

Em acordo fechado ontem, a União Europeia conseguiu trocar um empréstimo de 86 bilhões de euros por um programa que inclui privatizações e corte nos direitos previdenciários, entre outras medidas amargas.

Para Sachs, “há uma decisão ideológica de quebrar a Grécia”.