Escrito por: Contraf-CUT
Bancários alertam contra terceirização e defendem emprego no Santander
AContraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp alertaram o Santander Brasil quelutarão contra qualquer tentativa de transferência dos funcionários dos centrosadministrativos (CASAs) 1, 2 e 3, em São Paulo, para as recém-criadassubsidiárias Geoban, Gesban e Santander Global Facilities, que já atuam naEspanha e em diversos outros países.
"Os bancários estão insatisfeitos com essa história de terceirização e jámostraram disposição de lutar porque sabem que essa transferência poderá gerarperdas inevitáveis com a precarização do trabalho", afirma Marcelo Sá,coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
O alerta foi feito nesta terça-feira, dia 18, durante a reunião do Comitê deRelações Trabalhistas (CRT) do Santander, na capital paulista. Osrepresentantes do banco reafirmaram que não existe nada de concreto sobre oassunto, a exemplo do que disseram no encontro anterior, no dia 29 de abril."Haverá forte resistência do movimento sindical", reforçou RitaBerlofa, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Mais empregos
"Aoinvés da terceirização, defendemos a manutenção dos empregos com medidasconcretas para evitar demissões e melhorar as condições de trabalho e oatendimento na rede de agências", destacou o secretário de imprensa daContraf-CUT, Ademir Wiederkehr. Os bancários cobraram a retomada do Centro deRealocação, criado no ano passado para remanejar trabalhadores das áreas desobreposição no processo de fusão.
Os representantes do banco disseram que 207 funcionários foram aproveitados narede, através do programa Recrutamento Interno (RI). Os dirigentes sindicaiscobraram a reversão do quadro de demissões. Segundo dados dos balanços, oSantander fechou 1.652 postos de trabalho, em 2009, na comparação com o anoanterior, o que é inaceitável diante do lucro de R$ 5,508 bilhões no mesmoperíodo.
"Além disso, o banco anuncia que abrirá 150 agências, em 2010. Não hámotivo para dispensar trabalhadores", frisou o diretor da Federação dosBancários do Rio de Janeiro, Paulo Garcez.
O banco concordou em fazer uma reunião específica para tratar das questões deemprego, especialmente centro de realocação e RI, em data a ser agendada nospróximos dias.
Direito de opção por férias de 30 dias
Osdirigentes sindicais voltaram a denunciar a falta de funcionários na rede deagências e a cobrança de metas abusivas, acarretado muitos problemas aostrabalhadores como, por exemplo, alto índice de adoecimento e o impedimento degozo de 30 dias de férias previstos na legislação.
Após debate, os representantes do banco disseram que será respeitada a opção dofuncionário e ficaram de discutir o assunto com as áreas envolvidas pararegularizar o procedimento.
Condições de trabalho
Obanco aceitou a proposta das entidades sindicais de promover uma reuniãoespecífica sobre condições de trabalho, para discutir temas como:
- fim das metas individuais;
- fim das metas para os caixas e os funcionários da área operacional dasagências;
- fim das reuniões diárias para a cobrança de metas nas agências;
- venda responsável de produtos financeiros;
- pagamento de horas extras em campanhas de abertura de contas universitáriasem atividades juntos às faculdades.
Proibição de metas para caixas
Asentidades sindicais reclamaram que o banco tem descumprido o que foi acordadoem reuniões anteriores do CRT de que não deva ter metas para os funcionáriosexercentes da função de caixa. São muitas as denúncias da obrigatoriedade devendas de produtos por parte dos caixas, inclusive com um ranking das metasatingidas.
Foi reivindicado que seja dada ampla divulgação na rede, sobre esta proibição,bem como, foi reivindicada a punição com medidas administrativas dos gestoresque descumprirem essa orientação.
O assunto será discutido na reunião específica sobre condições de trabalho.
Bolsas de estudo
Emresposta às entidades sindicais sobre os pedidos de auxílio-educação, o bancoinformou que foram concedidas 2.022 bolsas de estudo, em 2010, ficando deapresentar na próxima reunião um relatório separando as bolsas em Santander eReal para verificar a existência de eventuais vagas.
Assistência médica e odontológica
Osdirigentes sindicais voltaram a reivindicar a manutenção dos planos deassistência médica e odontológica após a aposentadoria, independente do tempode banco que possua o funcionário, além da inclusão dos pais como dependentes,a exemplo do que ocorre na Cabesp, e a criação de um conselho de usuário paracada plano existente. Também foi solicitado ao banco cópias do plano de saúde eda apólice de seguro.
O banco ficou de reavaliar o assunto.
Previdência Complementar
Obanco respondeu às reivindicações dos bancários, reafirmando que não temintenção de retirar o patrocínio dos fundos de previdência do Sanprev eBandeprev. Também entregou cópia dos estatutos do HolandaPrevi.
Quanto à proposta dos bancários de transparência dos processos eleitorais, obanco informou que haverá eleições no Holandaprev, em 2012, e no Sanprev, em2011, para a escolha dos representantes dos participantes nos conselhosdeliberativo e fiscal.
Os dirigentes sindicais cobraram novamente cópia do material das últimaseleições, prometido várias vezes pelo banco, bem como pediram a divulgação dosdirigentes desses fundos de pensão nos respectivos sites na internet.
PCCS e programas próprios de remuneração variável
Visandotransparência e eliminação de injustiças, as entidades reivindicaram ainstalação de um grupo de trabalho paritário para discutir um Plano de Cargos,Salários e Careiras (PCSC) que, acima de tudo, elimine as discrepânciassalariais existentes entre funcionários exercentes da mesma função.
O banco propôs o agendamento de uma data para fazer uma apresentação aomovimento sindical sobre o assunto, bem como sobre todos os programas própriosde remuneração variável da empresa.
Funcionários com deficiência
Osdirigentes sindicais solicitaram que o banco informe o número de trabalhadorescontratados conforme a Lei nº 8.213/91, função exercida e lotação, bem como onúmero de funcionários com deficiência que foram promovidos após o ingresso noBanco.
O banco concordou em agendar uma reunião específica para tratar do assunto.
Call Centers
Osbancários reclamaram das condições de trabalho no Disque Real, onde sobrammetas elevadas e práticas de assédio moral. Há também muito barulho notrabalho, pois os supervisores falam muito alto, tumultuando o ambiente eatrapalhando os assistentes no momento do atendimento ao cliente.
O banco informou que o chocalho acabou. O instrumento era usado pelossupervisores como forma de pressão para pedir vendas no meio do corredor.
Foi reivindicado o fim das metas abusivas, equipamentos adequados para ostrabalhadores, telas com orientações claras e precisas para os atendentes emelhores condições de trabalho com a redução do barulho.
O banco concordou com a realização de uma reunião específica para tratar doassunto.
Acesso aos locais de trabalho
Foireivindicado novamente o acesso dos dirigentes sindicais aos trabalhadoreslotados nos prédios da Torre, Call Centers e Aymoré. O assunto está sendodiscutido em Grupo de Trabalho, com três representantes dos bancários e dobanco. As entidades defenderam acesso imediato, a exemplo do que ocorre na redede agências, alertando que o cerceamento significa prática antissindical.
Ambulatório na Bráulio Gomes
Apósanos de luta das entidades sindicais, o banco informou que o ambulatório seráaberto provisoriamente até o final de maio, com recepção e local paraatendimento, sendo que funcionará em caráter definitivo no prazo de 60 dias.
Segurança
As entidades sindicais reivindicaram que, nos casos de depoimento dofuncionário na polícia para reconhecimento de suspeitos, este deverá estaracompanhado de um advogado do Banco para assessorá-lo.
Também foi denunciado que, em recente assalto em São Paulo, o banco queria queos funcionários fizessem o reconhecimento no camburão, o que é um absurdo. Oprocedimento foi impedido por um dirigente sindical que estava no local.
O banco respondeu dizendo que o assunto está em discussão na mesa temática desegurança na Fenaban.
Açãopreventiva de saúde para funcionários atendidos pela Cabesp
Arepresentação sindical reivindicou que o banco estenda aos funcionáriosatendidos pela Cabesp as ações preventivas de saúde que já são ofertadas paraos trabalhadores atendidos pelas demais operadoras de saúde.
Os bancários também reivindicaram o reembolso de vacinas, desde quereconhecidas pela Secretaria Nacional de Saúde, como meningite e HN1, visto quenem todos são incluídos pelas campanhas de vacinação.