Ativistas do Greenpeace são presos em Brasília por protestar contra óleo no NE
Eles jogaram óleo em frente ao Palácio do Planalto para cobrar de Bolsonaro uma ação efetiva contra a destruição ambiental das praias do Nordeste. 50 dias depois do óleo contaminar as praias, governo nada fez
Publicado: 23 Outubro, 2019 - 10h42 | Última modificação: 23 Outubro, 2019 - 12h23
Escrito por: Redação CUT
Ativistas do Greenpeace foram presos, na manhã desta quarta-feira (23), em Brasília, durante protesto contra a demora e irresponsabilidade do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para combater o derramamento de óleo na região litorânea do nordeste. A informação foi postada no tuite do Greenpeace por um membro da ONG, que fez um ao vivo de dentro da delegacia.
Os manifestantes ocuparam a frente do Palácio do Planalto para denunciar a tragédia que causa impactos ambientais, econômicos e sociais incalculáveis no Nordeste, enquanto o governo Bolsonaro se limita a espalhar fakes news acusando ora a Venezuela ora a esquerda.
De acordo com o deputado Ivan Valente (PSOL-RJ), o Greenpeace jogou óleo sujo na frente do Palácio do Planalto para denunciar a letargia do governo para lidar com a tragédia ambiental no litoral nordestino.
“Esse governo precisa ser mesmo desmascarado! #ForaSalles #MeioAmbiente", postou o deputado.
No Twitter, o Greenpeace denuncia a letargia do governo e pede assinaturas em um abaixo assinado em que afirma: “A demora em combater e mitigar desastres ambientais mostra que o governo federal não está preparado para responder a eventos como esses, deixando nossos oceanos e florestas ainda mais vulneráveis”.
E segue fazendo uma exigência e convocando a população a assinar o abaixo-assinado : “Exigimos que o governo Bolsonaro tome medidas concretas para proteger as pessoas e a biodiversidade. Participe do abaixo-assinado”.
ABAIXO-ASSINADO
Parem a destruição ambiental!
Exija que o Governo tome medidas concretas para proteger as pessoas e a biodiversidade!
A crise do fogo na Amazônia mal esfriou e, desde o final de agosto, manchas de petróleo começaram a se espalhar pelo litoral do Nordeste, afetando a vida marinha, a pesca, o turismo e a economia em centenas de praias em todos os estados da região. Se considerarmos toda a extensão afetada, esse já é o maior desastre de derramamento de óleo no país!
Infelizmente, este é apenas mais um dos resultados do desmonte das políticas e órgãos de proteção ambiental do Brasil que vem sendo empreendido pelo atual governo.
Diante da ineficiência do Estado para combater o problema, o óleo continua se espalhando e atingindo novas praias e vemos a população se mobilizando para contê-lo como pode – com as próprias mãos e muitas vezes sem os equipamentos adequados.
Porém, a responsabilidade de parar esse desastre é do governo! A indignação só aumenta e está, mais do que na hora, da população ter uma resposta!
A demora em combater e mitigar esse desastre mostra que o governo federal não está preparado para responder a derramamentos como esse, deixando nossos oceanos ainda mais vulneráveis. Quando será que eles vão notar isso?
O que está acontecendo?
O governo deveria ter implementado rapidamente todas as ações previstas no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC), com a devida comunicação pública e atribuição de tarefas, recursos humanos e financeiros nos comitês designados.
Mas enquanto o óleo se alastrava pelo nordeste, o governo se dedicava a vender mais espaços no mar para que empresas perfurem e busquem por petróleo em regiões sensíveis como Abrolhos e os Corais da Amazônia.
A postura antiambiental do governo Bolsonaro queima o filme e mancha a imagem do Brasil, aqui e lá fora.
As manchas de óleo e as queimadas na Amazônia são exemplos tristes e trágicos do desmonte ambiental que está sendo imposto ao país, ao esvaziar e enfraquecer os órgãos de proteção e fiscalização ambiental, cortar orçamento, extinguir conselhos, ameaçar revisar as Unidades de Conservação e abrir as Terras Indígenas para mineração e outras atividades econômicas.
De crise em crise, o governo Bolsonaro se posiciona como inimigo do meio ambiente.
Que reais medidas que devem ser tomadas para combater esse derramamento e essa contaminação e evitar outros?
*Reverter o desmonte das políticas ambientais e garantir a capacidade do Estado brasileiro em combater os crimes ambientais
*Comunicar de maneira transparente e acessível as medidas do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional já implementadas e o cronograma de trabalho.
*Prestar auxílio às populações afetadas
*Mitigar os impactos do óleo nos ambientes marinho e costeiro
*Rever as áreas que serão disponibilizadas nos próximos leilões, retirando os blocos de petróleo em áreas sensíveis do ponto de vista social e ambiental
*Implementar política de combate e mitigação das mudanças climáticas
*Acelerar a transição para uma matriz energética limpa e renovável
*Retomar a demarcação das Terras Indígenas e garantir o respeito dos direitos constitucionais dos povos indígenas
*Proteger a biodiversidade com a criação de áreas protegidas e garantir sua efetiva implementação
*Garantir um processo de licenciamento ambiental efetivo para todos os projetos de infraestrutura que proteja as pessoas e o meio ambiente