Escrito por: Redação CUT

Ativistas do Greenpeace são presos em Brasília por protestar contra óleo no NE

Eles jogaram óleo em frente ao Palácio do Planalto para cobrar de Bolsonaro uma ação efetiva contra a destruição ambiental das praias do Nordeste. 50 dias depois do óleo contaminar as praias, governo nada fez

Reprodução

Ativistas do Greenpeace foram presos, na manhã desta quarta-feira (23), em Brasília, durante protesto contra a demora e irresponsabilidade do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para combater o derramamento de óleo na região litorânea do nordeste. A informação foi postada no tuite do Greenpeace por um membro da ONG, que fez um ao vivo de dentro da delegacia.

Os manifestantes ocuparam a frente do Palácio do Planalto para denunciar a tragédia que causa impactos ambientais, econômicos e sociais incalculáveis no Nordeste, enquanto o governo Bolsonaro se limita a espalhar fakes news acusando ora a Venezuela ora a esquerda.

De acordo com o deputado Ivan Valente (PSOL-RJ), o Greenpeace jogou óleo sujo na frente do Palácio do Planalto para denunciar a letargia do governo para lidar com a tragédia ambiental no litoral nordestino.

“Esse governo precisa ser mesmo desmascarado! #ForaSalles #MeioAmbiente", postou o deputado.

No Twitter, o Greenpeace denuncia a letargia do governo e pede assinaturas em um abaixo assinado em que afirma: “A demora em combater e mitigar desastres ambientais mostra que o governo federal não está preparado para responder a eventos como esses, deixando nossos oceanos e florestas ainda mais vulneráveis”.

E segue fazendo uma exigência e convocando a população a assinar o abaixo-assinado : “Exigimos que o governo Bolsonaro tome medidas concretas para proteger as pessoas e a biodiversidade. Participe do abaixo-assinado”.

ABAIXO-ASSINADO

Parem a destruição ambiental!

Exija que o Governo tome medidas concretas para proteger as pessoas e a biodiversidade!

A crise do fogo na Amazônia mal esfriou e, desde o final de agosto, manchas de petróleo começaram a se espalhar pelo litoral do Nordeste, afetando a vida marinha, a pesca, o turismo e a economia em centenas de praias em todos os estados da região. Se considerarmos toda a extensão afetada, esse já é o maior desastre de derramamento de óleo no país!

Infelizmente, este é apenas mais um dos resultados do desmonte das políticas e órgãos de proteção ambiental do Brasil que vem sendo empreendido pelo atual governo.

Diante da ineficiência do Estado para combater o problema, o óleo continua se espalhando e atingindo novas praias e vemos a população se mobilizando para contê-lo como pode – com as próprias mãos e muitas vezes sem os equipamentos adequados.

Porém, a responsabilidade de parar esse desastre é do governo! A indignação só aumenta e está, mais do que na hora, da população ter uma resposta!

A demora em combater e mitigar esse desastre mostra que o governo federal não está preparado para responder a derramamentos como esse, deixando nossos oceanos ainda mais vulneráveis. Quando será que eles vão notar isso?

O que está acontecendo?

O governo deveria ter implementado rapidamente todas as ações previstas no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC), com a devida comunicação pública e atribuição de tarefas, recursos humanos e financeiros nos comitês designados.

Mas enquanto o óleo se alastrava pelo nordeste, o governo se dedicava a vender mais espaços no mar para que empresas perfurem e busquem por petróleo em regiões sensíveis como Abrolhos e os Corais da Amazônia.

A postura antiambiental do governo Bolsonaro queima o filme e mancha a imagem do Brasil, aqui e lá fora.

As manchas de óleo e as queimadas na Amazônia são exemplos tristes e trágicos do desmonte ambiental que está sendo imposto ao país, ao esvaziar e enfraquecer os órgãos de proteção e fiscalização ambiental, cortar orçamento, extinguir conselhos, ameaçar revisar as Unidades de Conservação e abrir as Terras Indígenas para mineração e outras atividades econômicas.

De crise em crise, o governo Bolsonaro se posiciona como inimigo do meio ambiente.

Que reais medidas que devem ser tomadas para combater esse derramamento e essa contaminação e evitar outros?

*Reverter o desmonte das políticas ambientais e garantir a capacidade do Estado brasileiro em combater os crimes ambientais

*Comunicar de maneira transparente e acessível as medidas do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional já implementadas e o cronograma de trabalho.

*Prestar auxílio às populações afetadas

*Mitigar os impactos do óleo nos ambientes marinho e costeiro

*Rever as áreas que serão disponibilizadas nos próximos leilões, retirando os blocos de petróleo em áreas sensíveis do ponto de vista social e ambiental

*Implementar política de combate e mitigação das mudanças climáticas

*Acelerar a transição para uma matriz energética limpa e renovável

*Retomar a demarcação das Terras Indígenas e garantir o respeito dos direitos constitucionais dos povos indígenas

*Proteger a biodiversidade com a criação de áreas protegidas e garantir sua efetiva implementação

*Garantir um processo de licenciamento ambiental efetivo para todos os projetos de infraestrutura que proteja as pessoas e o meio ambiente