RS: Ato reforça #AnulaReforma e denuncia ataques às estatais
"O único caminho para mudar essa conjuntura de golpe é nos organizar e fazer política"
Publicado: 29 Setembro, 2017 - 12h06 | Última modificação: 08 Outubro, 2017 - 15h07
Escrito por: CUT RS
Derrotar a Reforma Trabalhista por meio de um projeto de lei de iniciativa popular, a ser enviado à Câmara dos Deputados após a coleta de 1,3 milhão de assinaturas em todo o país. Defender os bancos públicos, as empresas estatais ameaçadas e já em processo de desmonte para serem entregues a preço de banana para grandes empresas e bancos privados. Lutar, ir para as ruas. Os bancários deram um exemplo na tarde desta quinta-feira (28), em seu tradicional ponto de manifestação.
A Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, foi palco de um ato de mobilização em defesa dos trabalhadores e contra as reformas do governo golpista de Michel Temer. A hora é de reagir ao golpe de Estado executado no ano passado por um governo corrupto, que está a serviço daqueles que o financiaram para retirar nossos direitos e vender bancos públicos.
A secretária de mulheres da CUT-RS, Isis Marques, que é bancária do Itaú, chamou os trabalhadores à tarefa de defender os direitos. “Este ano é diferente para a luta das trabalhadoras e trabalhadores. Além da defesa dos nossos direitos, precisamos ir para o enfrentamento”, explicou.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis, tratou de exaltar a importância da unidade dos trabalhadores para fazer frente ao golpe que impõe a Reforma Trabalhista, a terceirização e quer empurrar uma Reforma da Previdência lesiva aos trabalhadores.
“Essa Reforma da Previdência vai fazer a gente trabalhar até a morte, enquanto o privilégio dos deputados vai ser mantido. Eles só precisam de dois mandatos para requerer aposentadoria”, afirmou.
Gimenis também chamou a atenção para uma trama entre o governo golpista de Michel Temer e o governo Sartori para entregar o patrimônio público em troca de um acordo de dívida, que vai ameaçar o futuro do povo gaúcho e denunciou um novo esquema que envolve o Banrisul para que o Rio Grande do Sul ingresse no Regime de Recuperação Fiscal.
“Aqui no Estado, o acordo da dívida é péssimo. Eles querem vender a Sulgás, a CRM, a CEEE e entregar bancos de fomento como o Badesul e o BRDE para ficar três anos sem pagar a dívida coma União. E a dívida total vai crescer de R$ 50 bilhões para R$ 80 bilhões. O Banrisul, eles estão com dificuldade, mas já estão negociando repassar o lucro do banco para fazer essa negociata”, denunciou Gimenis.
De fato, desde a semana passada, a diretoria do Banrisul tem dado início a um processo de reestruturação do banco. Já se sabe que nove agências de fora do Estado (leia aqui) serão fechadas. A reestruturação do Banrisul repete a fórmula aplicada pelo Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal: redução de funcionários por meio de PDVs e precarização do atendimento nas agências, atacando a imagem dos bancos para facilitar a venda ou a entrega.
“Estamos chamando à união. A palavra é reestruturação para os bancos públicos. Qual é o critério dessa reestruturação do Banrisul?”, questionou o diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Gerson Reis, referindo-se à falta de transparência da diretoria do banco.
Para a diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, a Reforma Trabalhista vai levar a um retrocesso de mais de 50 anos: “Essa reforma vai nos levar de volta ao século 19. Não é possível que uma sociedade sobreviva sem direitos para os trabalhadores.”
Enterrando direitos e reação popular
O diretor de comunicação do SindBancários, Mauro Salles, chamou a atenção para o modus operandi dos agentes do golpe nos direitos dos trabalhadores e a importância de uma reação popular. “Estão enterrando os nossos direitos, as garantias mínimas que lutamos muito para conquistar. Os nossos direitos foram suprimidos por um governo corrupto. Precisamos reagir. É necessária uma reação popular”, sustentou.
A diretora da Fenae e empregada da Caixa, Rachel Weber, defendeu a importância de todos os trabalhadores debaterem publicamente a conjuntura do golpe de Estado, compreenderem que a grande mídia está a serviço dos grandes empresários e banqueiros e que apoia a retirada de direitos.
“A presidenta Dilma sofreu um golpe de Estado, sim. Foi uma questão organizada a partir daquele golpe retirar direitos dos trabalhadores e entregar empresas públicas lucrativas. Aqueles que bateram panela precisam se dar conta de que houve um golpe. O único caminho para reverter essa conjuntura de golpe é nos organizarmos e não termos medo de fazer política”, explicou.
Para derrotar a Reforma Trabalhista
Durante o ato dos bancários, na Praça da Alfândega, o Grupo Trilho de Teatro Popular apresentou a esquete “Ele não luta!”. Uma personagem representava o golpista Michel Temer e outro a morte com sua foice pronta a ceifar direitos, empresas públicas e impor um regime de precarização à vida do trabalhador.
Com uma faixa presidencial atravessada com a palavra “golpista”, foi teatralizada a conjuntura nacional para um chamado à participação na campanha nacional pela anulação da reforma trabalhista.
Em frente à tenda, montada pelo SindBancários, para a coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular, a personagem caricata de Michel Temer perguntou: “Quem precisa de tanta lei trabalhista?” O golpista olhou então para a morte. “E o empregado que se ajoelhe e agradeça a oportunidade”, encerrou. Após, ele chamou integrantes da plateia para levar imagens de carteiras de trabalho que foram rasgadas pela morte.
A encenação ilustrou o esclarecimento que o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, fez a seguir, a respeito de uma das mais trágicas mudanças que a Reforma da Previdência irá operar nos direitos dos trabalhadores a partir de 12 de novembro quando a Lei 13.467 entra em vigor. Justamente aquelas que mexem no salário e na jornada de trabalho.
Estão assaltando o Brasil e os direitos dos trabalhadores
“Esse governo golpista fez uma reforma para acabar com os direitos. Acaba com o conceito de jornada fixa e salário fixo. Passam a contratar trabalhador com salário variável e jornada variável”, explicou Nespolo. “É um ataque brutal.”
“Eles estão assaltando o Brasil e os direitos dos trabalhadores. A CPI do Senado provou que a Previdência é superavitária”, destacou. O dirigente da CUT-RS incentivou a assinatura no projeto de iniciativa popular “para remover a famigerada reforma trabalhista e a terceirização”. Segundo ele, “essa luta se soma à defesa dos bancos públicos como instrumentos de indução ao desenvolvimento”.
O SindBancários disponibilizou uma tenda para facilitar a participação dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro.Nespolo ainda criticou duramente o fechamento de agências do Banrisul e a manipulação da mídia golpista.”Saia da alienação da RBS.” Ele concluiu dizendo: “Fora Temer, ladrão de direitos dos trabalhadores!”
Agenda de mobilização dos Bancários
Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos
Segunda-feira, 9/10 | 18h30 | Auditório da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820, Centro Histórico de Porto Alegre)
Seminário da Funcef sobre Saúde Caixa.
Sábado, 21/10
Ajude a anular a Reforma Trabalhista. É só assinar
A CUT iniciou nacionalmente em 7 de setembro, em todo o país, durante o Grito dos Excluídos, a coleta de assinaturas em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular para revogar a nova legislação trabalhista que entra em vigor no próximo dia 12 de novembro.
O objetivo é colher mais de 1,3 milhão de assinaturas para depois entregar o documento à Câmara dos Deputados. O passo seguinte será pressionar os parlamentares a votarem o texto que revoga a proposta do governo Temer que elimina diversos direitos trabalhistas.