Escrito por: CUT-RS

Ato dos petroleiros do RS pressiona contra privatizações no Sistema Petrobras

Tanto em Canoas quanto no restante do país, os atos reuniram trabalhadores próprios e terceirizados que exigiram a suspensão das privatizações e a saída da gestão bolsonarista da Petrobras

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Petroleiros e petroleiras do Rio Grande do Sul (RS) fizeram um ato, nesta sexta-feira (24),  dia nacional de mobilização convocado pelo Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Tanto em Canoas quanto no restante do país, os atos reuniram trabalhadores próprios e terceirizados que exigiram a suspensão das privatizações e a saída da gestão bolsonarista da Petrobras. Os petroleiros cobraram o cumprimento da determinação do governo Lula de suspender a venda de ativos da maior empresa pública do Brasil.

“Tá na hora de já ir embora”

Um dos recados enviados para a direção bolsonarista que ainda não saiu da Petrobras pelos manifestantes foi “tá na hora de já ir embora”. 

No último dia 17, a diretoria da Petrobrás publicou “fato relevante” para reiterar a continuidade da venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão da orientação do governo Lula.

“Apesar de quase três meses do governo Lula, ainda temos a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobras, indicados pelo ex-ministro Paulo Guedes do governo Bolsonaro, que desrespeitam as ordens do Ministério das Minas e Energia (MME), para que a empresa paralise todas as privatizações que estavam em andamento”, afirmou a presidente do Sindipetro-RS, Miriam Cabreira.

“Continuamos na resistência contra os processos de privatização”, ressaltou a dirigente. “A atual direção da Petrobras tem que tomar semancol e se mandar porque esse projeto já foi derrotado nas urnas”, frisou Miriam, ressaltando que o “o novo governo já disse que não é para privatizar mais nada”.

Governo Lula já mandou suspender as privatizações

Em documento enviado à estatal, em 1º de março, o MME havia solicitado a suspensão por 90 dias da venda dos ativos que estão em andamento.

O presidente nomeado por Lula para a Petrobrás, Jean Paul Prates, ocupa interinamente o cargo, pois precisa ser referendado pela Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas.

Somente na quarta-feira (22), após pressão das entidades sindicais e sob a iminência de uma greve dos petroleiros, o Conselho de Administração aprovou a nova diretoria, que tomará posse no próximo dia 29.

A decisão sobre os processos de privatização que tiveram início na gestão de Bolsonaro, mas não foram concluídos, deverá ser pauta da próxima reunião do Conselho de Administração da Petrobrás e a deliberação final caberá à Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas, prevista para 27 de abril.

“Saiam e deem o lugar para quem se elegeu”

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, alertou que “ao contrário dos vendilhões da pátria e das empresas públicas rentáveis brasileiras, a Petrobras é nacional e deve estar a serviço do desenvolvimento econômico, social, industrial e tecnológico do Brasil”, disse

“Os que perderam a eleição perderam a possibilidade de continuar vendendo esse patrimônio do povo brasileiro e, portanto, saiam e deem o lugar para quem se elegeu, e quem venceu as eleições governe dentro de uma proposta de um Brasil socialmente justo e soberano”, salientou Amarildo.

Entreguismo acabou

“Queremos reafirmar que o período de entreguismo acabou”, disse o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel. “Agora é a caminhada de reconstruir o Brasil e, para isso, precisamos da Petrobras forte e do nosso patrimônio público preservado”, destacou.

“A nossa missão agora, além de defender a Petrobras, é trabalhar incansavelmente para que possamos ter um país gerador de empregos, distribuidor de renda e que combata a fome”, frisou Antonio. “E nós precisamos ter instituições e serviços públicos fortes para atender as demandas da população nas áreas da saúde, da educação e do saneamento”, completou.

Mudar a política de preços dos combustíveis e de dividendos

“Temos certeza de que defender a Petrobras é defender o Brasil e nós, servidoras e servidores públicos, temos dito que para reconstruir o Brasil é necessário defender o serviço e o patrimônio público”, disse a secretária de Meio Ambiente da CUT-RS e secretária-geral do Sindiserf-RS, Eleandra Koch.

Ela aproveitou para dizer que “a população brasileira é vítima da maior taxa de juros do mundo”, dizendo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 13,75% “foi uma vergonha e isso compromete o combate à fome e a soberania”.

“Nós precisamos mudar a política de preços dos combustíveis e de dividendos para o rentismo e, por isso, eles não largam e estão apegados (aos cargos). Mesmo não tendo legitimidade, a atual direção da Petrobras, que não renuncia aos mandatos, tem uma política contrária a que povo decidiu nas urnas”, criticou Eleandra. “Seguimos juntos em defesa do Brasil”, garantiu.

O movimento sindical quer que o governo Lula assuma logo o controle da Petrobrás e implante o projeto vitorioso nas urnas, que é de resgate da soberania nacional e reconstrução da empresa, para que volte a atender aos interesses do povo brasileiro.


Com informações do Sindipetro-RS e da FUP