Escrito por: Rafael Silva e Vanessa Ramos, da CUT-SP, com informações de Roberto Parizotti

Ato e memorial celebram 100 anos da Greve Geral

Na segunda-feira (10), haverá uma homenagem às 12 h, no Cemitério do Araçá, em São Paulo.

Reprodução Youtube

O mês de julho marca um período de lutas na história operária brasileira. Há 100 anos, trabalhadores do setor têxtil iniciaram uma greve contra os baixos salários e as longas jornadas de trabalho impostas a homens, mulheres e crianças, que chegavam a durar cerca de 14 horas diárias. Na ocasião, a polícia interviu de maneira truculenta e causou a morte do sapateiro José Ineguez Martinez, de apenas 21 anos. Uma revolta se espalhou por outras cidades brasileiras, que culminou com a Greve Geral de 1917.

Esse levante protagonizado pela classe trabalhadora se tornou um marco no processo de construção da identidade operária e sindical no Brasil. É em memória a essa história de resistência que foram organizadas duas atividades na capital paulista.

Dia da Luta Operária

Neste domingo (9), a cidade de São Paulo celebrou pela primeira vez o "Dia da Luta Operária", data oficializada pela Lei nº 16.634, de 2017, de iniciativa do vereador Antonio Donato (PT). A data foi designada em homenagem ao sapateiro anarcossindicalista José Martinez, assassinado a tiros pela Força Pública em 1917.

O evento ocorreu na manhã do domingo, na Rua do Bucolismo, 81, no Brás, região central da Capital. O escritor, historiador, fundador da Ação Libertadora Nacional e ex-senador na Itália, José Luiz Del Roio, deu uma aula sobre o tema e falou sobre seu trabalho de pesquisa que resultou no livro ‘A Greve de 1917 – Os trabalhadores entram em cena’. O evento foi organizado em uma parceria do vereador Donato com a CUT São Paulo.


Pesquisador do tema, José Luiz Del Roio fala sobre a Greve Geral de 1917. (Foto: Roberto Parizotti/CUT)

 

Memorial Centenário da Greve Geral

Já na segunda-feira (10), haverá uma celebração política em homenagem aos mártires e a todos os protagonistas da Greve Geral de 1917, no Cemitério do Araçá, em São Paulo. A atividade, uma realização conjunta da CUT, CUT-SP e Fundação Perseu Abramo, terá início às 12h.

Nesse dia serão completados exatamente 100 anos que o jovem operário Martinez foi sepultado, após confronto com as forças de repressão que atacaram os grevistas. Jornais da época e historiadores falam que a repressão deixou centenas de vítimas – muitas anônimas –, mas coube a Martinez o papel histórico de se tornar a liderança mais conhecida dentre todos.

"É fundamental que façamos essas celebrações políticas e de luta. Queremos homenagear Martinez e os protagonistas da Greve Geral de 1917, mas também contar a nossa história, a história da classe trabalhadora. As reformas Trabalhista e da Previdência, que querem nos colocar nas mesmas condições de trabalho do início do século XX, são importantes demonstrações de que a luta é cada vez mais necessária", destaca Douglas Izzo, presidente da CUT-SP.

A cerimônia irá ocorrer próximo ao local em que o jovem operário foi enterrado, onde será instalado um Memorial em homenagem ao movimento que culminou na histórica Greve Geral de 1917.

AGENDAS

Dia 9 (domingo) – 9h

9 de julho 'Dia da Luta Operária' - Ato em memória da primeira Greve Geral do Brasil
Rua do Bucolismo, 81, Brás, centro de São Paulo

Dia 10 (segunda) – 12h
Lançamento do Memorial ao Movimento Operário e Sindical Brasileiro de 1917
Cemitério do Araçá - Acesso pelo portão Pacaembu da rua Angatuba, esquina com a rua Major Natanael