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Ato em defesa da água pública pede suspensão do leilão de privatização da Corsan

Cerca de duas mil pessoas participaram do ato em Porto Alegre (RS) contra as privatizações da água do estado e da capital Porto Alegre

Publicado: 09 Dezembro, 2022 - 08h20 | Última modificação: 09 Dezembro, 2022 - 09h23

Escrito por: CUT-RS

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O movimento “RS pela Água” levou mais de duas mil pessoas às ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, na manhã da quinta-feira (08), em protesto à política de entrega da Companha Riograndense de Saneamento (Corsan) e do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

O ato chamou a atenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre os riscos de privatização da Corsan e defendeu a suspensão do leilão marcado pelo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) para o próximo dia 20 de dezembro, às vésperas do Natal.

“Água é vida, saúde, um bem do planeta para a humanidade. O leilão tem que ser suspenso. A Corsan não é presente de Natal para um punhado de acionistas privados”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

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O presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch, ressaltou que “mais uma vez estamos a aqui para mostrar que a sociedade quer a Corsan e o Dmae públicos e que a água não deve ser tratada como mercadoria”.

Além de trabalhadores e trabalhadoras da Corsan e do Dmae, participaram sindicatos e entidades representativas, movimentos sociais, deputados e vereadores. “Mais um ato histórico no Rio Grande do Sul em defesa da água pública no país”, destacou Arilson, agradecendo a presença de todos os manifestantes.

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Privatização desenfreada

O governo do Estado anunciou em 29 de novembro o leilão da Corsan para o dia 20 de dezembro sem ter o aval do Tribunal de Contas. As entidades questionam a pressa do governo em privatizar e alertam o TCE e a sociedade gaúcha sobre os riscos à população em caso de venda da Companhia.

Quase na mesma data, o prefeito Sebastião Melo (MDB) criou em 30 de novembro um grupo de trabalho para avaliar a privatização do Dmae com prazo de até 30 dias para formular uma proposta de “parceirização”

A conta não fecha

O Sindiágua-RS tem levado informações importantes ao TCE referente aos números da Companhia, como os da cobertura de água e esgoto que a Corsan possui, além de dados técnicos que embasam os estudos feitos para barrar a privatização. De acordo com o diretor do Sindicato Rogério Ferraz, os números legítimos são omitidos da sociedade, pois não condizem com a realidade da estatal.

“Temos a obrigação de mostrar aos órgãos competentes a falácia do governo do Estado, que desmoraliza o serviço da Companhia para atender um interesse pessoal. Fizemos um estudo de valores projetando o futuro da arrecadação de todos os contratos em vigor com os municípios, além do valor patrimonial da estatal que é superior ao valor absurdo de R$ 4,1 bilhões que a direção da Companhia apresentou”, destacou Ferraz, criticando o preço mínimo estipulado para a venda da Corsan.

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Vereadores e prefeitos mobilizados

Vereadores de diversas cidades do estado enviaram ofícios aprovados pelas câmaras de vereadores ao Tribunal de Contas, solicitando que adotem medidas para suspender a desestatização da Companhia até que se possa garantir maior transparência e envolvimento dos municípios, os quais são os titulares do poder concedente dos serviços de água e esgoto.

O prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas (PDT), esteve presente no ato e conclamou uma revisão criteriosa do TCE. Ele, que já foi presidente do Tribunal, orientou pela suspensão do leilão.

Funcionários da Corsan aprovam estado de greve

Antes da caminhada, os funcionários e as funcionárias da Corsan deliberaram pelo estado de greve na assembleia convocada pelo Sindiágua-RS, realizada em frente à prefeitura. A plenária autorizou a Diretoria Executiva e os delegados sindicais a deliberarem pelo início da paralisação, caso o leilão não seja suspenso.

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História se repete

A primeira greve realizada pelo Sindiágua-RS iniciou em 23 de dezembro de 1998. Com o leilão marcado para o dia 20 de dezembro, a greve poderá ser deflagrada no dia 23 de dezembro até o dia 2 de janeiro de 2023.

“Caso o leilão realmente aconteça, justamente nas festas de final de ano, o governo do Estado poderá deixar a sociedade gaúcha sem abastecimento de água e coleta de esgotamento sanitário”, declarou Arilson.

A mobilização contou com a presença da deputada estadual Sofia Cavedon (PT), do deputado estadual eleito Miguel Rossetto (PT), dos vereadores Matheus Gomes (PSol) e Jonas Reis (PT), e diversas representações sindicais e sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Levante Popular da Juventude e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), dentre outros.

Com informações do Sindiágua-RS