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Ato em defesa da Enfermagem e do SUS marca Dia Mundial da Saúde

Ato foi realizado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e contou com lideranças da categoria e parlamentares

Publicado: 07 Abril, 2022 - 17h25

Escrito por: Marcelo Antunes – Assembleia Legislativa do RS

Joaquim Moura – Assembleia Legislativa
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Um ato em defesa da jornada de 30 horas semanais e do piso salarial dos trabalhadores da Enfermagem marcou a passagem do Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quinta-feira (7), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A iniciativa partiu da presidência da Casa e reuniu, no Salão Júlio de Castilhos, lideranças da categoria e parlamentares, além de contar com audiência virtual de profissionais da área. 

O setor da enfermagem é a maior categoria da saúde no Brasil. São mais de dois milhões de profissionais, que enfrentam jornadas extenuantes e, em muitos estados, ganham menos de dois salários mínimos por mês.

As mulheres representam 85% da força de trabalho do setor, Há anos, o Parlamento gaúcho apoia a luta da categoria por melhores condições de trabalho e a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei nº 2564/2020, que estabelece o piso nacional dos trabalhadores em enfermagem.

Vidas em risco para salvar outras vidas

O presidente da Assembleia, deputado Valdeci Oliveira (PT), disse que o Legislativo “tem o dever moral de defender os trabalhadores que colocam muitas vezes suas vidas em risco para salvar outras vidas, sem perguntar de que partido são, qual religião que professam e sem se importar com a cor da pele”.

Ao iniciar seu pronunciamento, ele afirmou que o ato promovido pelo Parlamento “é extremamente singelo e humilde perto da importância” da categoria para toda a população, mas que a iniciativa tem o propósito de reafirmar o “compromisso permanente com o Sistema Único de Saúde e com os direitos de todos os  trabalhadores”. Para ele, “se não fosse o SUS, a tragédia da pandemia teria sido muito maior no Brasil”, pontuou.

Valdeci recomendou a intensificação da mobilização dos profissionais da Enfermagem, lembrando que a tramitação em regime de urgência não é garantia de que a matéria seja aprovada. “Do outro lado, os que não querem (a aprovação) também se mobilizam, e eles têm o poder econômico como aliado”, frisou, antes de colocar a Assembleia à disposição para colaborar no convencimento dos deputados federais. 

As deputadas Sofia Cavedon (PT), Luciana Genro (PSOL) e Fran Somensi (Republicanos) também enfatizaram a necessidade de aumentar a pressão sobre o Congresso Nacional, passando pela intensificação do diálogo com a bancada federal gaúcha.

Defesa do SUS

Lideranças sindicais e da área da saúde se revezaram no microfone não só em apoio aos trabalhadores e às trabalhadoras da Enfermagem, mas em defesa do Sistema Único de Saúde.  A vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul e do Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, denunciou que, no último concurso público realizado pelo Estado, o básico oferecido foi de R$ 870,00.

“Doamos nossa vida, temos relações de trabalho precarizadas e para sobreviver precisamos de mais de um emprego”, revelou. Ela afirmou ainda que muitos colegas foram vitimados pela Covid-19 ou convivem com sequelas da doença. “Para o governo, quem sobreviveu está curado, mas sabemos que isso não é verdade”, criticou Inara.

O presidente e a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Sul (Sindsaúde-RS), Julio Jesien e Claudete Miranda, respectivamente, também se manifestaram. "Queremos reafirmar as políticas do SUS, que deve ser fortalecido", destacou Claudete, salientando que é o profissional da Enfermagem quem cuida de cada pessoa desde o nascimento até a morte e, por isso, deve ser aprovado o PL 2564.

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Rosângela Schneider, e o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Luiz Fernando Pigatto, somaram as vozes na denúncia de tentativas de privatização do SUS.

“A pandemia mostrou a força do SUS, mas as caravanas e os lobbies para privatizar o maior plano de saúde do mundo continuam ocorrendo em Brasília”, revelou Pigatto. 

Já o diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre João Ezequiel, ressaltou que os enfermeiros foram” aplaudidos nas ruas e saudados nas redes sociais durante a pandemia, mas o verdadeiro reconhecimento deve estar registrado no contracheque”.

Assista ao vídeo do evento