Escrito por: CUT-RS com Simpa e Sul21

Em Porto Alegre, ato protesta contra ataques aos servidores

Manifestação denuncia prefeito Nelson Marchezan Jr (PSDB) , que ataca direitos e privatiza serviços essenciais

CUT-RS

Cerca de 5 mil pessoas se reuniram no Paço Municipal para protestar contra os ataques que o prefeito Nelson Marchezan Jr (PSDB) tem realizado contra os servidores, os serviços públicos e a cidade. Trabalhadores, estudantes e juventude organizaram uma unidade histórica pela retirada dos projetos que atacam direitos e privatizam serviços essenciais como os prestados pelo DMAE e o DEP.

O protesto ocorreu, a partir das 18h desta quinta-feira (31), na Praça Montevidéu, onde fica o Paço Municipal, e, mais tarde, marchou pela Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares.

Os municipários de Porto Alegre enfrentam com luta mais um parcelamento e atraso de salários imposto por “Marchezito”. No transporte, os manifestantes exigem o recuo no fim da segunda passagem, do meio passe estudantil e da isenção para idosos entre 60 e 64 anos.

Na Educação, os trabalhadores  lutam contra o fim da política da Educação de Jovens e Adultos, do UNIPOA, do “Adote Um Escritor” e das práticas antidemocráticas na gestão escolar. Na Saúde, fazem a defesa dos hospitais HPS e Presidente Vargas, que o prefeito pretende repassar para a União iniciativa privada. Esses foram alguns dos ataques denunciados durante o ato.

“Estamos inaugurando um novo momento da luta política em Porto Alegre, na defesa não só da participação e da democracia, mas do direito ao trabalho e a políticas públicas de qualidade. Inauguramos uma nova unificação dos movimentos e associações, estudantes e idosos, todos aqueles que vivem do seu salário e que não são sanguessugas, cargos em comissão ali pendurados no erário público. A cidade se levanta e dá um recado a esse derrotado que ontem foi derrotado na Câmara de Vereadores”, disse o professor municipal e diretor do Simpa, Jonas Tarcísio Reis.

Manifestantes criticaram a “cegueira ideológica” de Marchezan que “transformou a prefeitura em escritório de empresários”. Para eles, o governo não representa a maioria da população pobre da Capital; o prefeito foi constantemente chamado de “playboy” por retirar investimentos de serviços oferecidos pelo município.

O caráter privatizante da administração também foi criticado, citando desde a possível venda do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) até a concessão à iniciativa privada da gestão do Mercado Público. O sucateamento da assistência social e de programas como a Educação de Jovens e Adultos (EJA) também estiveram na pauta dos movimentos.

Junto com Marchezan, Temer e Sartori também foram caracterizados como parte de um mesmo projeto neoliberal. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Algumas manifestações lembraram que o golpe de Estado completou, hoje, um ano. Junto com Marchezan, o presidente Michel Temer e o governador José Ivo Sartori também foram criticados por “tirarem direitos dos mais pobres para concentrar a riqueza entre os mais ricos” e caracterizados como parte de um mesmo projeto neoliberal que cresce no país.

O protesto transcorreu sem incidentes violentos. A Brigada Militar acompanhou o ato com poucos oficiais, que trancaram previamente, junto com a EPTC, as esquinas por onde passariam as pessoas. No Largo Zumbi dos Palmares, por volta das 21h, o protesto chegou ao fim.

Além do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), participaram do ato organizações como o Grito dos Excluídos, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES, União Nacional dos Estudantes – UNE, União Estadual dos Estudantes – UEE Livre, UAMPA, CSB, PT, PCdoB, PSOL, CUT, CTB, CSP Conlutas, UMESPA, Federação dos Correios, LIERGS, SindiSaúde, DCE UFRGS, DCE FADERGS,  União da Juventude Socialista (UJS), Juntos, CORES DMLU, CORES DMAE, UBM, Levante Popuplar da Juventude e CORES Saúde.