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Ato homenageia mulheres e retira grades da opressão da Cemig

CUT-MG, Sindieletro e movimentos sociais comemoram fim dos ataques aos eletricitários

Publicado: 09 Março, 2015 - 18h10 | Última modificação: 09 Março, 2015 - 18h22

Escrito por: CUT-MG

Esta segunda-feira, 9 de março, ficará marcada para sempre na história recente dos eletricitários. O Sindieletro realizou na sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) um ato em homenagem às mulheres e importante mobilização para simbolizar o fim da era de repressão e ataques aos eletricitários e à sua organização sindical. Eletricitários e eletricitárias comemoravam a retirada das grades instaladas na sede da empresa para impedir o acesso dos trabalhadores e dirigentes sindicais, numa clara simbologia da política adotada pela diretoria anterior da empresa de desprestigiar o diálogo com os trabalhadores. As barreiras também dificultavam o acesso da população à sede da estatal que presta serviço essencial aos mineiros.

Trabalhadores chegaram para o ato usando as portarias da avenida Barbacena e rua Alvarenga Peixoto, que estiveram fechadas por dois anos devido ao autoritarismo que marcou a direção da Cemig. A mobilização contou também com música e tapete vermelho para receber as eletricitárias que chegavam para o trabalho.

A presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, destacou que foi a resistência dos eletricitários que permitiu que esse dia de retirada das grades da Cemig acontecesse. “A homenagem às mulheres, no mesmo dia em que comemoramos a retirada das grades, é significativa. Os dois atos simbolizam um novo tempo na Cemig. Nós mulheres temos o direito de ocupar os postos de comando e competência para atuar em todas as atividades. E vimos, neste período, mulheres em cargos de comando serem chamadas de levianas. A última vez em que estive aqui, trabalhadores estavam acorrentados às grades, o demonstrava a insensibilidade de quem então dirigia a empresa. Os gestores não se importavam com trabalhadores e trabalhadoras. O bloco Minas Sem Censura teve um papel importante no enfrentamento com a diretoria e com o governo. Mas o Sindieletro sofreu os maiores ataques. A resistência do Sindicato levou à realização deste ato. Espero que tenhamos novas práticas. A retirada das grades significa a retomada da Cemig pelos trabalhadores e pela sociedade”, disse Beatriz Cerqueira.

O coordenador-geral do Sindieletro e secretário-geral da CUT-MG, Jairo Nogueira Filho, disse que espera que o ato simbolize mesmo a retomada do diálogo da direção da Cemig com os trabalhadores e o resgate do papel da estatal, com uma atuação mais voltada para o social, que se perdeu nos últimos anos. “A retirada das grades representa que a liberdade está de volta, o retorno da companhia para os trabalhadores. Que a Cemig agora está mais voltada para o diálogo, o respeito aos trabalhadores. Queremos que ela deixe de ser rentista e retome seu papel social.”

Parlamentares e lideranças populares acompanharam o ato que recebeu comitivas de eletricitários de várias bases - Sete lagoas, Betim, Anel Rodoviário, São Gabriel, Itambé, da cidade Barbacena e da Cidade Industrial, além da Sede. O eletricista Hilton Henrique da Silva, que atua em Barbacena, diz que em 26 anos de Cemig nunca deixou de participar de uma única mobilização da categoria. Junto com colegas da Cemig, ele dava o recado de que valeu a pena lutar por uma empresa pública aberta ao diálogo com os trabalhadores e a população. "Essa retirada das grades que geravam transtorno grande para a população e os trabalhadores é um fato histórico para todos nós", comemorou.

O presidente da Cemig, Mauro Borges Lemos, fez pronunciamento oficial durante o ato, afirmando que a retirada das barreiras significa mesmo a abertura da empresa para os trabalhadores e seus representantes e para a realização de uma gestão pautada pelo diálogo e respeito, num momento de crise no setor elétrico. Lemos fez anúncios importantes para a categoria e a sociedade como o fim do desligamento compulsório dos eletricitários aos 55 anos, diagnóstico da terceirização para retomar a primarização, a criação da comissão permanente de negociações com trabalhadores, novas ações de saúde e segurança e negociação com sindicatos para definir forma de pagamento do aumento real de 3% relativo ao dissídio 2012.

A trabalhadora da Terceiriza, Antônia Alves, usou o microfone para destacar o apoio do Sindieletro na luta por melhores condições de trabalho e diz que espera que clima de mudança na estatal ajude a solucionar problemas antigos na relação de trabalho com a empresa.