Escrito por: CUT RS

Ato na Refap em solidariedade aos caminhoneiros repudia alta dos combustíveis

Quem está lucrando são os acionistas estrangeiros da Petrobras

CUT - RS

Um ato de solidariedade à greve dos caminhoneiros e contra os preços abusivos dos combustíveis e do gás de cozinha foi realizado, na manhã desta quinta-feira (4), em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. 

A manifestação foi organizada pela CUT-RS, com o apoio do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS) e do Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), e a participação de vários sindicatos de outras categorias, da CTB-RS e de movimentos sociais. 

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, reafirmou todo o apoio à paralisação dos caminhoneiros autônomos, "que sofrem nas estradas, transportam combustíveis e neste momento estão na verdade quebrados, mas resistem para ter uma vida digna e o frete negociado e cumprido pelo governo".

Ele ressaltou a importância da unidade dos trabalhadores. “A luta em defesa da Petrobras, a luta contra inflação, a luta contra os preços abusivos da gasolina, do diesel, da gasolina e do gás de cozinha não é só dos caminhoneiros e motoristas. É uma luta nossa, de todos os trabalhadores. Esses aumentos fazem parte do projeto neoliberal do governo Bolsonaro e, por isso, nós permaneceremos na luta para tirar Bolsonaro”, enfatizou. 

Iniciada na segunda-feira (1º), a greve é contra os preços abusivos do diesel, pelo fim da política de Preços da Paridade de Importação (PPI) da Petrobras e por direitos, como aumento do valor do frete e aposentadoria especial. A adesão está crescendo, enquanto as entidades que representam os caminhoneiros tentam derrubar as liminares que o governo Bolsonaro conseguiu na Justiça para impedir a mobilização. 

Quem está lucrando são os acionistas estrangeiros da Petrobras

Para Amarildo, a Petrobras é uma empresa lucrativa que está sendo roubada. “Eles aprovaram o PPI para agradar e enriquecer os acionistas. A Petrobras lucrou R$ 32 bilhões no ano passado e repassou R$ 30 bilhões aos acionistas. Esse dinheiro todo sai do bolso do trabalhador, sai da cadeia produtiva dos alimentos que as pessoas pagam. Tudo para rentabilizar os acionistas que, a grosso modo, são estrangeiros e acumulam riqueza às custas do nosso povo”, salientou. 

A luta em defesa da Petrobrás é de todos os trabalhadores. “Nós não vamos desistir dessa luta, porque essa empresa e essas reservas petrolíferas que a gente tem, toda essa matriz energética, tem que estar a serviço do povo brasileiro. E defender isso, neste momento, é dizer Fora Bolsonaro”, defendeu o dirigente da CUT-RS.

Motoristas de aplicativos não aguentam tantos aumentos da gasolina

A presidenta do Simtrapli-RS, Carina Trindade, destacou que “foi muito importante o ato de hoje. Nosso sindicato faz parte desse apoio aos motoristas caminhoneiros, porque nós, motoristas de aplicativos, estamos cansados de toda semana chegar no posto para abastecer e ter um aumento de combustível. Toda semana é de 30 a 40 centavos a mais por litro. Isso está acabando com o lucro que o motorista tem porque 40% do que ganhamos deixamos nos postos”, disse.

Ela também trouxe dados sobre a alarmante realidade enfrentada pelos trabalhadores de aplicativos que não aguentam mais tantos aumentos. “Está bem complicado para categoria se manter no mercado de trabalho, principalmente, porque muitos dependem da gasolina e de veículos locados. Ou você paga pelo carro e coloca combustível ou você sustenta a sua família. Do início do ano para cá, 15% dos motoristas acabaram desistindo da profissão”, lamentou. 

Para Carina, a atual política de preços da Petrobras é a maior responsável pela disparada dos combustíveis. “Essa política paritária ao mercado internacional faz com que não se tenha mais controle nacional sobre os valores e os preços disparam por causa da alta do dólar”, denunciou.

Defender a Petrobras é defender o Brasil

O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa, também criticou a implantação do PPI. “Estamos alertando sobre a crise dos combustíveis, dos problemas que poderiam acontecer, desde o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma”, disse. 

“A partir da posse do Pedro Parente, como presidente da Petrobras, se adotou o Preço de Paridade de Importação no Brasil. Estamos enfrentando agora uma péssima situação e o governo Bolsonaro está tentando fugir da sua responsabilidade. Essa política de preços é uma decisão política do governo, que é quem escolhe os dirigentes da Petrobras”, explicou. 

Maia enfatizou o papel estratégico da Petrobras para o desenvolvimento do país e a regulação dos preços. “Nós defendemos fortemente que a Petrobras acabe com o PPI. E que coloque suas refinarias a operar com carga máxima e volte a investir no refino. A Petrobras tem que atuar mais no mercado interno e garantir gás de cozinha, diesel, gasolina, a preço justo para o povo brasileiro. A população tem que se manifestar e exigir isso”, sublinhou.