Ato no Senado defende empresas públicas contra privatizações de Bolsonaro
Mobilização alerta para os riscos de perda de soberania com iniciativas do governo em torno do patrimônio público. Venda de ações da Eletrobras é realizada na Bolsa de Valores nesta segunda-feira
Publicado: 13 Junho, 2022 - 09h28 | Última modificação: 13 Junho, 2022 - 09h33
Escrito por: Redação RBA
O Comitê Nacional em Defesa de Empresas Públicas e o senador Paulo Paim (PT-RS) realizam na manhã desta segunda-feira (13), a partir das 10h30, um ato na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal em defesa das empresas públicas e do patrimônio nacional.
Na última quinta-feira, o governo de Jair Bolsonaro consolidou o processo de privatização da Eletrobras, levantando um total de R$ 29,29 bilhões. A venda de ações será realizada nesta segunda-feira, na Bolsa de Valores.
Segundo os eletricitários, a estatal está sendo vendida por pelo menos R$ 40 bilhões abaixo de seu valor. E o governo Bolsonaro quer vender, ainda este ano, outras quatro empresas públicas: o porto de Santos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte e do Recife e a Ceasaminas.
O evento marca ainda a ampliação da defesa em torno Petrobras, que está sob ameaça de privatização. Também será lançado O livro “O Futuro é Público”, produzido em parceria com a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e com a coautoria de Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
O avanço das privatizações
A privatização da CBTU de Belo Horizonte está avançada, com previsão de que o edital seja publicado em agosto, enquanto a CBTU do Recife deve ficar para o fim do ano.
A desestatização da Ceasaminas, centro de abastecimento na região metropolitana de Belo Horizonte, aguarda a modelagem em análise neste momento pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Para dezembro, deve ficar a privatização do Porto de Santos. Essas informações foram dadas pela Secretária de Desestatização e Desinvestimento (SDD) do Ministério da Economia, Marília Garcez, ao jornal Valor Econômico.
Venda de ações
As ações da Eletrobras começam a ser negociadas na Bolsa de Valores, B3, nesta segunda-feira (13), às 10h, horário de abertura do mercado. É a última etapa da operação que resultará na privatização da maior empresa do setor elétrico brasileiro. O governo pretende concluir o processo de privatização nesta terça-feira (14).
O preço de cada ação da Eletrobras foi definido em R$ 42, o que resultou em uma arrecadação inicial de R$ 29,29 bilhões. O montante da operação pode chegar a um valor superior a R$ 33 bilhões, levando em consideração a possibilidade da inclusão de lotes extras de ações.
Ao todo, serão ofertadas 627 milhões de ações novas, em uma oferta primária, e 69 milhões de ações que pertencem ao BNDESPar, em uma oferta secundária. Com isso, a participação do governo federal na companhia vai passar de 72% para cerca de 45%. No entanto, a União seguirá com ações preferenciais, o que permite o poder de veto do governo em determinas decisões tomadas pela empresa.
Com informações da CUT e CNN