Escrito por: CUT-RS com Marco Weissheimer – Sul21

RS: Ato unificado dos servidores protesta contra Sartori

Servidores públicos estaduais fazem uma contundente manifestação contra o tratamento desumano do governador José Ivo Sartori (PMDB)

Guilherme Santos/Sul21

Mais de 30 mil servidores públicos estaduais tomaram as ruas do centro de Porto Alegre na tarde de primavera desta sexta-feira (29) e fizeram uma contundente manifestação contra o tratamento desumano que o governador José Ivo Sartori (PMDB) vem dando ao funcionalismo e aos serviços públicos do Estado.

Os servidores levantaram a voz e gritaram “Fora Sartori”, protestando contra o parcelamento e agora o atraso de salários e denunciando o projeto de desmonte do Estado e de privatizações, que só atende aos interesses dos grandes empresários,  prejudica a população e compromete o futuro do Rio Grande.

O ato foi organizado pelo Movimento Unificado dos Servidores, integrado pela CUT-RS, com o apoio das centrais e entidades sindicais e das diferentes categorias de funcionários do Estado.

Do alto do caminhão de som, a secretária de Formação da CUT-RS e diretora do Semapi-RS, Maria Helena de Oliveira, e a diretora do CPERS Sindicato e da CUT-RS, Sônia Solange, puxaram palavras de ordem e animaram a manifestação junto com companheiros e companheiras de várias entidades.

Após uma grande concentração no Largo Glênio Peres, os servidores seguiram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros até o Palácio Piratini. Ao chegarem na Praça da Matriz, encontraram a sede do governo cercada por grades e por homens do pelotão de choque da Brigada Militar.

O diretor do Sindicato dos Escrivaes, Inspetores e Investigadores de Policia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Cládio Abel Wohlfahrt, denunciou que muitos brigadianos que estavam ali também não receberam seus salários. Segundo a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), os brigadianos deverão receber seus salários de setembro somente no dia 11 de outubro.

Educadores permanecem em greve

A presidente do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, lembrou que os servidores da educação completaram nesta sexta-feira 24 dias de greve e decidiram, em assembléia pela manhã no Gigantinho, continuar a greve até que os salários sejam pagos integralmente em dia.

“Certa vez disseram ali naquela outra Casa (a Assembleia Legislativa) que tinha meia dúzia de servidores protestando na praça. Venham aqui contar agora quantos têm”, desafiou. “Não aceitaremos a política do arrocho e da entrega do patrimônio público e das riquezas do Estado”, acrescentou.

Os servidores da área da segurança pública, especialmente da Polícia Civil e da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), participaram em peso do ato. Após se concentrarem em frente ao Palácio da Polícia, eles saíram em caminhada para se juntar às demais categorias.

Sartori está destruindo o estado

O presidente  do Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, afirmou que o governo Sartori está “destruindo o Estado”. Segundo ele, “já atingimos a marca de 7.133 homicídios neste governo do PMDB. Não podemos aceitar que eles sigam destruindo o nosso Estado”.

“Os servidores públicos que não receberam seus salários não estão obrigados a ir trabalhar, conforme liminar já obtida na Justiça. Quem não receber seu salário não deve ir trabalhar na segunda”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs Sindicato), Flávio Berneira Júnior.

“A partir da próxima segunda-feira, o Rio Grande do Sul corre o risco de sofrer um apagão, por culpa desse governador incompetente e irresponsável”, advertiu Berneira,  observando que o número de servidores na manifestação poderia ter sido ainda maior, mas muitos deles, por não terem recebido um centavo sequer de salário, não tinham dinheiro nem para se deslocar até o centro da cidade.

Maioria dos servidores não recebeu salário

O fato de todos os servidores com salários acima de R$ 1.750 não terem recebido seus vencimentos foi tema de muitos protestos na manifestação. Só no caso dos professores, o pagamento até R$ 1.750 significa que 53% da categoria não recebeu nada de salário.

A possibilidade de os servidores não trabalharem a partir de segunda está apoiada na liminar obtida dia 25 de setembro pela Federação Sindical dos Servidores do RS (Fessergs) dentro de um mandado de segurança coletivo que impede o governo de cortar o ponto dos servidores que não receberam seus salários.

O ato em frente ao Palácio Piratini foi rápido diante da ameaça de chuva. Após os pronunciamentos de Helenir e Ortiz, o ato foi encerrado com uma convocação para um novo encontro, no mesmo local, na próxima terça-feira (3), para acompanhar nova sessão plenária de votações na Assembleia.

Mesmo após o fim do ato, o pelotão da tropa de choque da Brigada Militar permaneceu em frente ao Palácio Piratini e nas imediações da Praça da Matriz.

CPI do Parcelamento de Salários já

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, que foi de bicicleta participar do ato, “não poderia ser outra a resposta dos servidores frente à troca do parcelamento pelo atrasamento dos salários. O CPERS continua em greve e ainda mais fortalecida, e outras categorias paralisam também a partir da próxima segunda-feira. Um governo, que trata os seus servidores com tamanho desrespeito, tem que pedir para sair”.

Nespolo lembrou que, enquanto os servidores lutam pelos seus diretos nas ruas, as bancadas de oposição ao governo Sartori propõem a instalação da CPI do Parcelamento dos Salários na Assembleia. “Por que o governador tem tanto medo da CPI?”, indagou.

Na defesa da criação da CPI,  o dirigente da CUT-RS salientou a petição on line que está sendo realizado no site AVAAZ.ORG. “É importante que todos assinem para que a CPI seja instalada. O não pagamento em dia dos salários faz parte de um projeto político de desmonte do Estado e a sociedade precisa saber disso”, enfatizou.

Clique aqui para assinar o abaixo assinado eletrônico a favor da CPI.
 

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