Escrito por: CUT e estaduais da Central

Atos em todas as regiões do país defendem emprego e direitos

Manifestações cobram fim da política recessiva e gritam “Fora Temer”

Leilton Lima
Trabalhadores da CUT e das demais centrais durante passeata no Rio Grande do Norte


Em todas as regiões do país, a CUT e as demais centrais sindicais promoveram nessa terça (16) o Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos, com paralisações em fábricas e atos diante das federações das indústrias nas capitais.

Na pauta, a defesa de direitos como a carteira assinada, da Previdência e o combate à terceirização sem limites.

Em Alagoas, cerca de mil pessoas reuniram-se no Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepa), em Maceió, e seguiram em marcha até a Casa da Indústria para protestar contra o governo golpista de Temer.

Trabalhadores de diversos setores, servidores federais, urbanitários, petroleiros, juventude e trabalhadores do campo prostestam contra as medidas de austeridade do governo. O ato contou também com a participação das centrais sindicais e, ao final, simbolicamente devolveram o pato a seus donos, ao som de "Fora Temer".

Na Bahia, o ato aconteceu em frente à Federação das Indústrias de Salvador e, no Espírito Santo, os movimentos do campo se unificaram com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura e Sindicatos cutistas em uma jornada de luta com acampamento em Vitória.

Mesmo com a chuva que caiu na manhã desta terça-feira, os trabalhadores saíram às ruas de Goiânia, em Goiás, para protestar contra a retirada de direitos - Nenhum Direito a Menos! - e exigir a volta da democracia. ?#‎ForaTemer

No Dia Nacional de Paralisação e Luta pelo Emprego e Garantia de Direitos a concentração foi na Praça Cívica e de lá seguiu em passeata pelas Avenidas Goiás e Anhanguera, detendo-se na Avenida Tocantins, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

Em Vitória, capital do Espírito Santo, a jornada de lutas reuniu cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras, do campo e da cidade, coordenados pelo MST, MPA, Fetaes e apoiados pelos sindicatos urbanos.

A caminhada saiu da Praça de Jucutuquara  com direção ao centro de Vitória, passando pela Curva do Saldanha. As lutas continuarão durante a semana por mais direitos e contra a reforma trabalhista, ressaltou Jasseir Fernandes, presidente da Central Única dos Trabalhadores do ES.

O Espírito Santo vem sofrendo com uma crise hídrica que atinge o campo norte e nordeste do estado, refletindo na produção dos agricultores. A pauta da Fetaes constata a necessidade da defesa dos bancos públicos, reitera as conseqüências da crise hídrica na economia dos agricultores e a importância da educação no campo. “O financiamento do agricultor não gerou renda, por causa da crise hídrica, então não houve produção necessária para que houvesse o ressarcimento dos empréstimos”, disse Ranielli Badiani, diretora de juventude e políticas sociais da Fetaes. 

O ato no Pará iniciou com café da manhã na Escadinha e agora percorre a avenida Presidente Vargas, em Belém, parando na frente das agências bancárias, Correios e INSS. Com a participação da CUT, CTB, Bancários, Correios, Sinpro,  SindSaúde, Embrapa, Domésticas, Sepub e professores da rede federal.

A concentração no ato na Paraíba ocorreu no Lyceu Paraibano, em João Pessoa. O MST interditou estradas, promoveu plenária para Criação da Frente Brasil Popular e Ato Público. O dia começou com a interdição da BR-101, entre João Pessoa e Recife, e de dois trechos da  BR 361, próximo às cidades de Olho D'Agua e Souza, pelo MST.

Trabalhadores, estudantes e representantes de movimentos sociais da cidade de Guarabira lançaram a Frente Brasil Popular, após a realização de Plenária para discutir conjuntura e organização popular. Sindicalistas, puxados pela CUT, e integrantes de movimentos sociais populares realizaram Ato Público, no Centro de João Pessoa.

Pernambuco teve duas atividades. Pela manhã, o ato foi na Petroquímica de Suape com a participação dos sindicatos dos Metalúrgicos, da Borracha, Sindicato dos Policiais Civis, FUP e Sindicato dos trabalhadores do setor Têxtil. Contra a privatização da Petrobrás e em preparação para a Greve Geral.

A seguir, os trabalhadores se integraram ao acampamento da Fetape na Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, onde trabalhadores do campo se alojam para cobrar direitos.

No Rio Grande do Norte, pela manhã os manifestantes tomaram as ruas de Natal munidos de faixas e cartazes que denunciavam os ataques aos direitos da classe trabalhadora.

No Paraná, o ato unificado com as demais centrais aconteceu na Praça Santos Andrade, em Curitiba. Já no Rio Grande do Sul, a mobilização aconteceu diante da FIERGS, a federação das indústrias local, em Porto Alegre.

A CUT do Rio Grande do Sul e as demais centrais sindicais do estado denunciaram o golpe nos direitos, exigiram “Fora Temer” e apontaram greve geral em atividade diante da Fiergs

Neste momento, também acontece na Avenida Paulista, em São Paulo, uma manifestação diante da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, um dos símbolos do patronato e que luta pelo fim dos direitos trabalhistas.

Durante a luta contra o golpe, essa entidade ficou conhecida por espalhar pelo país patos de plástico numa tentativa de dizer que eles não querem pagar os impostos devidos. ?

Em Santa Catarina, mesmo com um sol forte, mais de três mil trabalhadores e trabalhadoras catarinenses marcharam mais de um quilômetro e foram até a sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC, levar o recado que não aceitarão a retirada de nenhum direito.

A federação patronal foi o alvo escolhido pelos representantes dos trabalhadores, pois é uma entidade que defende novas normas trabalhistas, com redução de direitos aos trabalhadores. Recentemente nas manifestações a favor do golpe, ilustraram através de um pato inflável de borracha, que os empresários do Brasil é que pagam o “pato” no país, numa alusão ao pagamento de impostos.

Foi o dia que a classe trabalhadora devolveu o pato ao patrão e deixou o recado de que não será a classe trabalhadora que vai pagar pela crise econômica e política do país. Munidos com suas armas -  a voz, bandeiras e consciência política – os trabalhadores deixaram na escadaria da Fiesc, fortemente defendida pelo pelotão especial da Polícia Militar, panelas vazias e um pato amarelo em simbologia ao pato símbolo dos patrões.

 Anna Julia Rodrigues, presidenta da CUT-SC lembrou os projetos que tramitam de forma acelerada no Congresso Nacional e preveem não só a retirada de direitos dos trabalhadores, como a redução do acesso da população as políticas públicas de qualidade. Segundo ela, a fatura da crise do país não deve ser descontada dos trabalhadores. “Não somos nós os grandes sonegadores de impostos, somos os que produzem a riqueza desse país. Se tentarem retirar algum direito, nós paramos o Brasil”.

No estado do Tocantins, o ato unificado com as demais centrais sindicais aconteceu na Avenida Juscelino Kubitschek, em Palmas, próximo ao Colégio São Francisco.

Em instantes, mais informações sobre os atos em todo o país.