Escrito por: Carolina Servio
Manifestações ocorreram por todo país puxadas por movimentos sociais e entidades representativas como a CUT
Entidades, movimentos sociais e organizações políticas promoveram nesta segunda-feira, 8 de janeiro, atos e atividades espalhadas por todo o país para marcar um ano da tentativa de golpe produzida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas em 2022.
Em Brasília, as primeiras manifestações ocorreram no domingo (7). Partidos de esquerda e organizações sociais, incluindo a Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal, aproveitaram que a rodovia DF-002 (Eixão) é fechada para o trânsito de veículos e liberada para pedestres e ciclistas e promoveram o chamado Ato em Defesa da Democracia, na altura do 208 Norte.
A proposta de antecipar o evento era, além de aproveitar a concentração de frequentadores do chamado Eixão do Lazer, não concorrer com o ato oficial, no Congresso.
Bahia
Em Salvador, na Bahia, o Ato em Defesa da Democracia ocorreu pela manhã na própria Assembleia Legislativa do estado, e contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), e do vice-governador, Geraldo Júnior.
Pernambuco
Os pernambucanos escolheram o Monumento Tortura Nunca Mais, localizado no bairro da Boa Vista, na capital Recife, como epicentro das atividades do que chamaram de Ato Simbólico em Defesa da Democracia.
Segundo informações da Secretaria de Comunicação da CUT-PE, foi entregue na atividade um exemplar da Constituição Federal de 1988 aos representantes do poder Judiciário “como forma de manifestar o fortalecimento do estado de direito da democracia".
Paulo Ubiratan, diretor de Comunicação da CUT Pernambuco, destacou ainda que o ato realizado nesta segunda-feira teve como objetivo reafirmar a vitalidade da democracia “em busca de fortalecer os valores democráticos” e que a mobilização destacou a necessidade “contínua de preservar e promover a participação cidadã e os princípios fundamentais da democracia.”
Goiás
A CUT de Goiás promoveu uma manifestação que percorreu parte do Centro da capital Goiânia no fim da manhã desta segunda-feira. O presidente da CUT-GO, Flávio Silva, afirmou que o 8 de janeiro se tornou “um dia para comemorar a democracia”.
“Muitos atentaram contra a democracia, e viemos mostrar que a população não aceita. Os mentores da tentativa de golpe também precisam pagar pelo crime que cometeram. Eles financiaram o golpe, que só não foi para a frente pela união do povo em defesa da democracia", afirmou Silva.
Sergipe
Pelo respeito à democracia, à Constituição Brasileira e por todas as liberdades democráticas, a CUT Sergipe, UGT, CTB e CSP-Conlutas construíram ato unificado que contou com o apoio dos movimentos sociais e saiu em caminhada pelas ruas do Centro de Aracaju.
O presidente da CUT Sergipe e presidente do SINTESE, Roberto Silva, ressaltou a importância desta data emblemática e porque não podemos esquecer o dia 8 de janeiro.
"Estamos em defesa da democracia e das liberdades democráticas. O que ocorreu há um ano quando os golpistas de extrema direita tentaram tomar de assalto o poder e atacar a democracia e as liberdades democráticas do povo brasileiro, isso precisa ser combatido. O ato de hoje tem a finalidade de combater as forças antidemocráticas e todos que defendem que o povo brasileiro não pode se manifestar. Defendemos a democracia, defendemos a liberdade de expressão do povo brasileiro e a liberdade de lutar pelos nossos direitos. A democracia e a luta vencerão”.
Em Aracaju, a manifestação se concentrou no Calçadão da João Pessoa, próximo à Pça Fausto Cardoso e contou com a presença de dirigentes sindicais do SINTESE, SINDIJOR, Sindserv Poço Verde, SINDIJUS, SINTECT/SE, Oposição Petroleira, SINDIPEMA, SINDASSE, SINDIFISCO, ADUFS, vereador de Aracaju Camilo Daniel (PT) e a deputada estadual Linda Brasil (Psol).
Por volta das 10h, o protesto saiu em caminhada pelas ruas do Centro de Aracaju e finalizou em frente à Pça General Valadão com uma oração, puxada pelo padre Isaías, pela proteção às futuras gerações de brasileiras e brasileiros, representados pelas crianças presentes no Ato de hoje.
População em Situação de Rua participa do ato
Cientes da importância de defender a democracia brasileira, o Motu, MST, MTST, DCE-UFS, Pastoral do Povo de Rua, Arquidiocese de Propriá, Cáritas, Mops, MNPR (Movimento Nacional da População em Situação de Rua), CEBs, Pastoral da Juventude e Comunidade Bom Pastor chegaram em caminhada para se somar ao protesto.
A população em situação de rua participou de outra manifestação em frente ao Centro Popular da Rua Laranjeiras, desde as 7h da manhã, pelo direito ao acolhimento decente, assistência social e pela reabertura do centro especializado de assistência à população em situação de rua.
A CUT Sergipe e sindicatos filiados também participaram do protesto mais cedo para manifestar apoio à luta da população em situação de rua por acolhimento social digno no Centro Pop e demais unidades do Poder Público que atuam com a assistência social em Aracaju.
Paraíba
Em João Pessoa, na Paraíba, o presidente da CUT-PB, Tião Santos, também celebrou o 8 de janeiro “como um dia de vitória da democracia sobre os golpistas”. Segundo Santos, “foi graças a união da sociedade, dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e, é claro, dos trabalhadores organizados, que uma democracia sólida é possível.”