Escrito por: CUT Brasília
A categoria tem sofrido constantes ameaças de demissões, perseguições e assédios
A situação dos trabalhadores terceirizados da Câmara dos Deputados foi tema de audiência pública nesta quinta-feira (28), que contou com a participação de sindicalistas e trabalhadores. A categoria tem sofrido constantes ameaças de demissões, perseguições e assédios durante o trabalho. Só no mês de setembro, mais de 150 trabalhadores foram demitidos da Casa sem nenhum motivo. Antes da audiência, uma denúncia foi enviada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para averiguar a situação dos trabalhadores e dar um suporte legal.
Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), as demissões estão acontecendo por influência direta de alguns parlamentares. “A situação está caracterizada como compra de votos. Parlamentar demitir trabalhador que está na Câmara há mais de 20 anos e colocar pessoas indicadas por eles que sequer sabem exercer o cargo é uma grande injustiça”, afirmou.
A partir desse primeiro encontro, a Frente Parlamentar em Defesa dos Terceirizados, encabeçada pela deputada, pedirá que o presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) tome a frente do caso, acompanhe os próximos acontecimentos e solicite que os representantes da Casa abram o diálogo para solucionar a situação.
Para o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, que compôs a mesa da audiência pública desta quinta (28), esses parlamentares estão destruindo famílias e acabando com a perspectiva de futuro dos trabalhadores. “São atitudes covardes de pessoas covardes que atacam, mas não mostram a cara. Aterrorizar o trabalhador no seu local de trabalho é muito grave. Por isso, vamos com tudo para revogar essa temerosa reforma trabalhista, exigindo respeito e permanência dos nossos direitos”, declarou.
Outro encaminhamento da audiência foi, durante a próxima semana, enviar uma denúncia formal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a compra de votos escancarada de alguns deputados em troca de cargos, e também a criação de uma frente sindical para ampliar essa discussão e não deixar que os patrões continuem aterrorizando o trabalhador.
A presidenta da Associação dos Trabalhadores Terceirizados do Congresso Nacional (Astecon), Valdívia Martins Ramos, destacou algumas das precariedades que diariamente os trabalhadores têm que enfrentar. “São situações absurdas, condições de trabalho precárias, uniformes velhos e até sapatos que não são trocados, causando dor e incômodo no trabalhador, tudo isso aliado com as pressões diárias. Por isso, precisamos que a categoria esteja unida para lutar contra esses desmandos”, afirmou.
Para a presidenta do Sindiserviços, que representa os trabalhadores terceirizados no DF, Maria Isabel Caetano dos Reis, é muito triste ver a forma como o trabalhador terceirizado está sendo tratado. “Isso é escravidão e não devemos aceitar isso. Não foi de graça que conquistamos nossos direitos e, por isso, se depender de nós terceirizados, vai ter muita luta para que eles permaneçam”, concluiu.
Fonte: CUT Brasília