Audiência pública do Senado debate obra da ponte do Guaíba
A atividade acontece às 14h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do RS
Publicado: 19 Julho, 2016 - 12h36
Escrito por: CUT-RS
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim, promove na próxima quinta-feira, 21, a audiência pública “Obras da ponte do Rio Guaíba e a situação da moradia da população das ilhas e Farrapos/Humaitá”. A atividade acontece às 14h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do RS. Paim, que estará presente na reunião, acompanha todo o processo de construção da nova ponte desde o começo, em 2014.
A obra vai ligar as metades Norte e Sul do RS e terá extensão de 1,9 quilômetros, de um total de 7,3 quilômetros que incluem acessos e pistas elevadas, passando pelas Ilha do Pavão e Ilha Grande dos Marinheiros. Desde o princípio estava previsto a remoção de cerca de 800 famílias, que seriam impactadas pela construção da nova ponte.
Famílias não sabem para onde vão
“Buscamos a realização dessa audiência para equalizar a questão da construção da ponte com a remoção das famílias, o que não está acontecendo”, disse o representante da Comissão de Acompanhamento das Obras da Ponte, irmão Miguel Orlandi. “Não é justo morar debaixo da ponte, literalmente, como acontece na Ilha das Flores”, alertou.
No último dia 12, o governo interino e golpista de Michel Temer anunciou a liberação de R$ 100 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as obras da nova ponte do Guaíba. A verba deve ser destinada em cinco parcelas mensais de R$ 20 milhões, iniciando em agosto.
De acordo com Miguel, a medida ajuda, pois há inúmeros moradores que trabalham na construção, que estava parada por falta de recursos, mas isso não resolve o problema da moradia. “Para onde vamos? Há um projeto que nunca foi debatido com a população, como vamos garantir uma moradia digna para essas pessoas?”, indagou.
Ele explicou também que a Comissão de Acompanhamento das Obras da Ponte foi criada em 2014, através de um decreto do então governador Tarso Genro (PT), mas desde o começo do governo Sartori (PMDB) o grupo não foi mais chamado para nenhuma reunião.
“Não sabemos como está a situação. Há boatos de que a construção das casas seria por conta da prefeitura de Porto Alegre, que até agora não se manifestou. O que sabemos, por parte dos moradores, é que, caso as obras continuem sem avanços na questão da moradia, não deixaremos a obra chegar nas Ilhas”, prometeu Miguel.
CUT-RS de olho na situação dos moradores
Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, a remoção das famílias “para um lugar que garanta o mínimo de dignidade é tão importante quanto a construção da ponte.”
Muitos dos moradores das áreas atingidas pela obra são trabalhadores filiados a entidades sindicais da CUT. “Por esse motivo, estaremos juntos nessa audiência para cobrar que a obra seja tocada de forma equânime”, apontou Claudir.
O dirigente sindical frisou que a audiência tem o objetivo de debater todos os impactos causados pela obra. “Para aquelas famílias que estão vendo a ponte andar, mas as suas casas não saem do papel, precisamos encontrar uma solução”, conccluiu.
Os moradores da região afetada pelas obras prometem acompanhar a audiência pública.