Escrito por: Maisa Lima - CUT Goiás

Audiência Pública vai debater o sofrimento dos trabalhadores

Estudos apontam adoecimento, alta rotatividade e outros males que afetam jovens

Divulgação

Os trabalhadores e trabalhadoras de call center sofrem uma profunda desvalorização por parte dos seus empregadores. Basta ver a altíssima rotatividade do setor e os salários mesquinhos que lhes são pagos, não raro, abaixo do salário mínimo.

A situação é tão grave que será debatida em uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) no dia 18 de maio, às 19h30. Uma iniciativa da Federação Interestadual de Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Fitratelp) e da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT Goiás).

“As empresas elevam constantemente os patamares de produtividade, que são inatingíveis. E todas as responsabilidades e riscos ficam com os trabalhadores. Eles adoecem constantemente e os ônus das faltas, dos repousos, das licenças médicas, são sentidos no bolso e na culpa de não corresponder às expectativas da gestão”, pontua a secretária de Formação da Fitratelp, Raimunda Audinete de Araújo.

As consequências para os trabalhadores, elencadas em estudo do próprio Ministério do Trabalho e Previdência Social, é a intensificação do ritmo de trabalho; assédio moral organizacional; competitividade e individualismo no ambiente de trabalho; e sofrimento e adoecimento psíquico.

Não é à toa, portanto, que 51,6% das demissões são a pedido do trabalhador, um sinal claro de rejeição do trabalho. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também apontou os efeitos maléficos da rotatividade: rompimento do vínculo empregatício ao longo da vida profissional e consequente impedimento do crescimento da renda; aposentadoria, não recolhimento da alíquota do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante intervalo de tempo entre um vínculo e outro; não recolhimento da alíquota do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) durante o período sem contrato formal.

“Vale lembrar que os jovens são os que mais sofrem os impactos das demissões”, assinala o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubem. Por isso, a Fitratelp e a CUT convidam você para debater o problema. Coloque na agenda: 18/05, às 19h30, na Alego. Participe!